Irregular, academia do RN não poderia oferecer cursos a coronéis maranhenses

Beneficiada com o edital lançado pela Polícia Militar do Maranhão para a realização de um curso de especialização que contemplaria uma dúzia de coronéis apadrinhados do clã Sarney, a Academia Coronel Walterler não está apta a oferecer qualquer tipo de treinamento, por não ser reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC).
Investigada pelo Ministério Público do Maranhão desde 2010, a instituição pertence ao Tenente Coronel da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, José Walterler dos Santos Silva, que até já recebeu das mãos da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) uma medalha de mérito militar.
Walterler responde a duas condenações por Improbidade Administrativa e nem poderia contratar com o Poder Público – direta ou indiretamente. Ele protela a execução das sentenças por meio de recursos, apesar de constar na lista de fichas-sujas do seu estado.
De acordo com fontes da Segurança Pública, o curso oferecido por Walterler custaria aos cofres públicos cerca de R$ 3 milhões e permitiria que coronéis à beira da aposentadoria desfrutassem de longas férias no litoral do Rio Grande do Norte, com direito a subsídios mensais, hospedagens e passagens de familiares bancadas com o dinheiro do contribuinte.
A pressão da opinião pública e as críticas da própria corporação levaram o atual comando da PM a reconsiderar a manobra política que visava desfalcar a tropa, criando dificuldades para o próximo governador em meio a maior crise de segurança pública do Maranhão.
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