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Navio com cerca de 700 imigrantes naufraga no Mar Mediterrâneo

Imigrantes chegam ao porto de Messina, na Itália, após serem resgatados por operação em 18 de abril este ano.Imigrantes chegam ao porto de Messina, na Itália, após serem resgatados por operação em 18 de abril este ano.

O Globo – Milhares de pessoas podem ter morrido afogadas depois que uma embarcação que carregava de 700 a 800 imigrantes da Líbia naufragou no Mar Mediterrâneo, nas águas do Canal da Sicília, segundo a guarda costeira italiana.

Uma grande operação de resgate foi montada depois do naufrágio, que aconteceu por volta de meia-noite deste domingo, no horário local, em águas do território da Líbia, ao sul da ilha italiana de Lampedusa. Pela manhã, 28 pessoas tinham sido resgatadas e 24 corpos retirados do mar e colocados em um navio militar italiano. As esperanças de encontrar sobreviventes, no entanto, diminui a cada hora.

Desde o início do ano, pelo menos 900 outros migrantes já morreram ao tentar cruzar o Mar Mediterrâneo. Apenas na semana passada, a guarda costeira da Itália resgatou 10 mil imigrantes cujos navios enfrentaram problemas. No ano passado, um recorde de 170 mil pessoas fizeram a perigosa travessia para a Itália para fugir da pobreza e dos conflitos na África e no Oriente Médio.

Navios italianos, a Marinha Maltesa e embarcações comerciais estão envolvidas na enorme operação de salvamento, que ocorre a 210 quilômetros da costa de Lampedusa e a 27 quilômetros da costa da Líbia. Vinte navios e três helicópteros participam da operação.

Segundo a rede BBC, que entrevistou o porta-voz da guarda costeira italiana, a operação ainda está focada em buscar e salvar pessoas que estejam à deriva, mas, em breve, “será apenas uma busca por corpos”.

O primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, afirmou ao jornal local “Times of Malta” que os salva-vidas estão “literalmente tentando encontrar sobreviventes entre os mortos que flutuam na água”. Quando o número total de mortos for contabilizado, esta poderá ser confirmada como a maior tragédia recente envolvendo imigrantes no Mar Mediterrâneo.

À BBC, Muscat disse que “o que está acontecendo é de proporções épicas”.

“Se a Europa, se a comunidade internacional continuar a fazer vista grossa… Seremos todos julgados da mesma maneira que a História julgou a Europa quando ela ignorou o genocídio deste século e do século passado”.

A porta-voz da agência da ONU para refugiados (Acnur) na Itália, Carlotta Sami, relatou que a guarda costeira italiana recebeu um pedido de socorro durante a madrugada de domingo. Para agilizar o resgate, as autoridades pediram que um navio português que passava perto desviasse de sua rota até o local do acidente. Mas, quando a embarcação portuguesa se aproximou, todos os imigrantes, nervosos, se posicionaram em um mesmo lado do barco para chamar atenção do resgate, o que fez com que ele virasse. O navio português começou o trabalho de retirada das pessoas da água no mesmo momento, enquanto aguardava a chegada da guarda costeira. Os passageiros passaram horas à deriva na água gelada antes da chegada das equipes, e uma tempestade que se aproxima da região ameaça dificultar as operações de resgate.

O porto de Lampedusa foi todo mobilizado para ajudar no resgate, por isso grande parte dele foi esvaziado. A guarda costeira, navios comerciais e barcos de pesca também partiram antes do amanhecer para auxiliar na operação.

Lampedusa é o ponto mais ao sul da Itália, próximo da África. Atualmente, há mil imigrantes no centro de detenção da ilha, que tem apenas 5 mil habitantes. Trezentos refugiados serão levados para a Sicília ainda neste domingo.

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