Lava-Jato: Ricardo Pessoa revela terceiro caso de propina recebida por Lobão
Já são três os casos de recebimento de propina imputados ao senador Edison Lobão (PMDB) no âmbito das investigações da Lava Jato, que apura um rumoroso esquema de corrupção na Petrobras.
Lobão foi acusado por Paulo Roberto Costa de pedir R$ 2 milhões em dinheiro para ele e para a ex-governadora Roseana Sarney (Refinaria Premium I); de ter recebido R$ 10 milhões em propina da Camargo Corrêa (Usina de Belo Monte); e agora Ricardo Pessoa, dono da UTC/Constran, diz ter pago R$ 1 milhão para que o ex-ministro não criasse empecilhos na obra da usina nuclear Angra 3.
A afirmação sobre Angra 3 foi feita ontem pelo líder do chamado “Clube do Bilhão”, grupo de empreiteiras que sugava a Petrobras. Ricardo Pessoa assinou acordo de delação premiada na terça-feira para colaborar com as investigações.
A empreiteira de Ricardo Pessoa tentava retirar as exigências ambientais da licença de instalação da usina termonuclear de Angra 3 desde de 2008. Em 2011, finalmente conseguiu, com o aval de Lobão, então ministro das Minas e Energia.
“O licenciamento vai evoluindo nas suas condições. Não está se dispensando obrigações que devem ser observadas, apenas há evolução do próprio meio ambiente. Não há nenhuma dispensa que possa causar prejuízos ou danos à segurança das usinas”, justificou o ministro a época.
A denúncia de Paulo Roberto Costa é notória. Surgiu desde seus primeiros depoimentos. O caso Camargo Corrêa é mais recente. Em abril deste ano, Edison Lobão chegou a ser citado nas investigações da Lava Jato com tendo pedido e recebido propina de R$ 10 milhões pela empreiteira, quando ela foi contratada para participar da construção da usina de Belo Monte, em 2011.
A denúncia foi divulgada em reportagem do jornal “Folha de S. Paulo”, sobre o depoimento de um executivo da Camargo Corrêa ouvido nas investigações da Lava Jato. Para a reportagem da Folha, o advogado do ex-ministro afirmou que “palavra de delator tem credibilidade zero”.
O depoimento de Lobão e de outros membros do PMDB, como a ex-governadora Roseana Sarney, está previsto para a próxima semana. Os esclarecimentos serão prestados na sede da Procuradoria Geral da República, em Brasília, que também está participando do processo de investigação da Lava Jato.
Comentários estão desativados