Os sinais da destruição moral de Sarney começam a surgir e de uma maneira que o velho oligarca sempre não desejou. O seu nome e sua família passaram a ser repudiado nos quatro cantos do país e não sobrou nem para viaduto.

Nesta sexta-feira (17), o ex-presidente José Sarney deixou de ter seu nome homenageado no primeiro viaduto construído em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo). A mudança havia sido aprovada pelos vereadores em 2009, depois dos escândalos dos Atos Secretos, mas a prefeita ainda não havia sancionado a lei. Com as descobertas da Operação Lava Jato, ela foi pressionada e finalmente o viaduto se chama Jandyra de Camargo Moquenco.

Se a moda pega aqui no Maranhão, prefeituras, Governo e o Judiciário terão que utilizar muita criatividade para substituir tantas escolas, pontes e prédios públicos como o nome o oligarca e de sua parentela. A começar pela Maternidade Marly Sarney…

Moradores da região metropolitana de São Luís das vilas: Sarney, Sarney Filho, Kiola Sarney ou Roseana Sarney teriam novos logradouros. Os alunos que estudam nas escolas Sarney Neto, Roseana Sarney, Fernando Sarney, Marly Sarney e José Sarney muito provavelmente agradeceriam. Porque não dá para confiar em um ensino com uma unidade intitulada com essa marca. Fica ruim até para o currículo.

A grande biblioteca do Ceuma finalmente deixaria de homenagear o “escritor medíocre” José Sarney. Chamar um Tribunal de Contas de Roseana Murad Sarney e o órgão maior da Justiça do Maranhão de Fórum José Sarney só pode ser ironia, ou uma piada de muito mau gosto.

Para entrar ou sair da cidade finalmente ninguém teria o desprazer de passar pela Ponte José Sarney e a Avenida José Sarney.

Mas quem ficaria mais feliz seria a pobre população do município José Sarney. Com uma mudança no nome da cidade ninguém mais carregaria a estigma de ser um sarneyzista.

Detalhe: é proibido, em todo o território nacional, atribuir nome de pessoa viva a bem público, de qualquer natureza, pertencente à União ou às pessoas jurídicas da administração indireta.