UFMA condena perseguição do pasquim da oligarquia a pesquisas acadêmicas
O Departamento da Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) também condenou os ataques do jornal O Estado do Maranhão ao trabalho de pesquisa da professora doutora Li-Chang Shuen Cristina Silva Sousa, que busca analisar a postura editorial do pasquim oligárquico nos doze primeiros meses do governo Flávio Dino (PCdoB).
Para a UFMA, a perseguição à pesquisa de Li-Chang Shuen é leviana e irresponsável, feita por quem “demonstra não ter conhecimento da lógica do campo científico (acadêmico); também que sequer leu integralmente o projeto ao qual faz referência”.
“A professora proponente do projeto e demais membros da equipe são cientistas. Fazem pesquisas, não militância política. Se os resultados desagradarem ao jornal, ao governo ou a outro ator social, paciência. Não se faz pesquisa para agradar, faz-se pesquisa para conhecer, para fomentar o debate, para elucidar questões”, diz o documento.
Para o desespero dos editores do EMA, a universidade finaliza a nota informando que um grupo de três professores apresentará os resultados preliminares da pesquisa já no Encontro Nacional da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, em setembro deste ano, no Rio de Janeiro.
Leia a resposta da UFMA na íntegra:
O Departamento de Comunicação Social – DCS, da Universidade Federal do Maranhão, vem a público reposicionar a verdade e externar indignação, em razão da nota publicada, na edição do dia 15/07/2015, na coluna Estado Maior, do Jornal O Estado do Maranhão. Leviana e irresponsavelmente, o autor da nota demonstra não ter conhecimento da lógica do campo científico (acadêmico); também que sequer leu integralmente o projeto ao qual faz referência. Uma postura “profissional” que fere a dignidade da comunidade acadêmica do estado e põe em suspeita a lisura do processo de avaliação de projetos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Maranhão, Fapema.
A coluna desrespeita, inclusive, a área de Ciências Sociais e Humanas, ao citar que é curiosa a aprovação de um projeto com essa temática, em meio a projetos das áreas de saúde, ciência e tecnologia. Cabe perguntar: Existem ciências maiores e menores, para ele? E, ainda, não é importante pesquisar a relação entre imprensa e governos, sejam estes apoiados ou não pelos meios de comunicação? Convém esclarecer que, na área de Comunicação/Jornalismo, um dos objetivos dos pesquisadores é contribuir para a compreensão do papel da imprensa como instituição e ator político relevante no sistema democrático em que vivemos, tendo-se como pressuposto que, sem imprensa livre, não há democracia. Sem pesquisa livre, não há desenvolvimento científico e social.
O texto do jornal, porém, assim resume um projeto de pesquisa realizado por docentes e discentes deste Departamento: “a pesquisa acena para críticas ao jornal e flores aos Leões”. Lamentável! A professora proponente do projeto e demais membros da equipe são cientistas. Fazem pesquisas, não militância política. Se os resultados desagradarem ao jornal, ao governo ou a outro ator social, paciência. Não se faz pesquisa para agradar, faz-se pesquisa para conhecer, para fomentar o debate, para elucidar questões.
Por puro desconhecimento ou má fé, contudo, a coluna não procurou este Departamento a quem compete responder institucionalmente pelos professores lotados nesta unidade. Bem ao contrário disso, a coluna “preferiu” atacar a integridade da pesquisadora Li-Chang Shuen Cristina Silva Sousa e de toda a equipe que participa da pesquisa, ao afirmar que o projeto foi aprovado por interesses políticos do governo estadual. Lamentável! Se o autor da nota tivesse lido o edital universal ao qual o projeto foi submetido, saberia que o julgamento das propostas é feito por pesquisadores de outros estados, chancelados pelo CNPQ e sem nenhum vínculo com quaisquer dos proponentes locais. O processo é idôneo. Se houvesse perguntado à pesquisadora, saberia também que ela trabalha com a relação entre mídia e política local desde as eleições de 2014 e não tem nenhum vínculo com o governo.
Ao desrespeito do jornal, respondemos com o reconhecimento do trabalho da professora doutora Li-Chang Shuen Cristina Silva Sousa. Professora deste Departamento, ela é coordenadora do Laboratório Integrado de Pesquisa e Práticas Jornalísticas e Culturais (LABJOR), registrado no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPQ, com pesquisas ativas nas linhas de mídia e política, cultura e identidade nacional. O Projeto “Governando contra as notícias: o primeiro ano do governo Flávio Dino nas páginas do jornal O Estado do Maranhão”, coordenado pela professora Li-Chang Shuen, faz parte das ações de pesquisas desenvolvidas por este Departamento, no LABJOR, com a participação de professores mestres e doutores e de discentes, em orientação de Iniciação Científica, atividades previstas no desenvolvimento do tripé ensino, pesquisa e extensão desta UFMA.
Nesse sentido, reafirmamos que a responsabilidade social de uma instituição pública de ensino passa pelo empenho e pela competência de professores como a professora Li-Chang Shuen Cristina Silva Sousa. A pesquisadora, atualmente, além do projeto acima referido, tem outro projeto em andamento, com apoio da Fapema por meio do edital de fomento a pesquisadores recém-doutores, lançado em 2014: “Imaginário popular sobre o STF sob a presidência de Joaquim Barbosa: a noção de Justiça nos comentários dos leitores da Revista Veja”. Ainda sobre a quem lê ou leu o edital (coisa que o jornalista não fez, infelizmente) poderá observar que, ao término das duas pesquisas, equipamentos e livros que serão adquiridos com verba pública serão incorporados ao patrimônio da Universidade Federal do Maranhão, conforme exigem os editais da Fundação. Ressalta-se que os pesquisadores não auferem nenhum benefício financeiro pessoal em suas pesquisas financiadas, via editais das agências de fomento, sejam elas estaduais ou federais. O benefício é para a ciência e, via de consequência, para a instituição UFMA e para a sociedade.
Em tempo, sobre o andamento da pesquisa “Governando contra as notícias: o primeiro ano do governo Flávio Dino nas páginas do jornal O Estado do Maranhão”, este Departamento informa que três professores doutores, pesquisadores deste curso, apresentarão os resultados preliminares da pesquisa sobre o jornalismo realizado pelo Jornal o Estado do Maranhão, nos primeiros cem dias do governo Dino, no encontro nacional da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – Intercom, em setembro de 2015, no Rio de Janeiro.
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