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Segundo delator, João Abreu ligou para Youssef para reclamar de propina

De acordo com Rafael Ângulo, o então secretário-chefe da Casa Civil de Roseana Sarney ameaçou suspender o acordo para a liberação do precatório da Constran, incomodado com o pagamento a conta-gotas da propina acertada com o doleiro Alberto Youssef. Episódio foi relatado à Polícia Civil do Maranhão.

João Abreu, Alberto Youssef e Rafael Ângulo. João Abreu, Alberto Youssef e Rafael Ângulo.

O empresário João Guilherme Abreu, ex-chefe da Casa Civil do governo Roseana Sarney, discutiu com o doleiro Alberto Youssef, exigindo o pagamento integral da propina negociada para a liberação do pagamento dos precatórios à Constran, no acordo que causaria prejuízo de 134 milhões de reais aos cofres públicos do Maranhão.

Durante uma conversa telefônica com o doleiro, João Abreu teria reclamado da lentidão no repasse da propina, ameaçando suspender o pagamento do precatório: “Você ficou de trazer tudo de uma vez. Você se comprometeu e não está cumprindo. Você ficou de vir e não está cumprindo”. É o que diz um trecho de depoimento de Rafael Ângulo Lopez, que alega ter presenciado a ligação no gabinete da Casa Civil, nas dependências do Palácio dos Leões.

Depoimento YoussefDepoimento de Rafael Angulo à Polícia Civil revela participação ativa de João Abreu no caso dos precatórios da Constran.

Considerado o braço direito de Youssef, Ângulo também relata que Abreu voltou a fazer referência à participação de terceiros no esquema de corrupção: “O pessoal me deu ordem, ou seja, a pessoa me deu ordem para não receber. Só era para receber tudo de uma vez ou vamos ter que cancelar tudo”.

Questionado por interrogadores, Ângulo não soube dizer quem seria “o pessoal” ou “a pessoa” a quem João Abreu se referia. O ex-secretário, no entanto, pode ter se encarregado de desvendar a questão ao revelar, no seu depoimento à Polícia Civil, que a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) tinha pleno conhecimento de todas as etapas da negociação envolvendo o precatório da Constran.

“O homem da mala” diz que esteve em São Luís por duas vezes a mando de Alberto Youssef, transportando R$ 900 mil acondicionados no próprio corpo, que foram entregues pessoalmente ao ex-chefe da Casa Civil como parte do suborno de R$ 3 milhões exigido pela cúpula do governo Roseana.

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