Uirauchene: de paladino da moralidade sarneyzista a condenado a prisão por extorsão e sequestro

O empresário do transporte indígena Uirauchene Alves, que tentou pressionar o Governo e se transformou em paladino da mídia oligárquica, sobretudo dos deputados ligados ao clã Sarney, foi condenado a 14 anos e 7 meses de prisão por extorsão mediante sequestro. A decisão foi do juiz federal José Magno Linhares, da 2ª Vara da Justiça Federal do Maranhão e prevê pena cumprida inicialmente em regime fechado.
Uirauchene se tornou figura fácil nos jornais, blogs e rádios da família Sarney quando acorrentou uma dúzia de índios no Palácio dos Leões e, posteriormente, na Assembleia Legislativa para achacar o Governo a pagar dívida irregular deixada pela ex-governadora Roseana Sarney referente ao transporte escolar indígena dos anos de 2013 e 2014.
Patrocinados pelos deputados Sousa Neto, Adriano Sarney, Andrea Murad e Wellington do Curso, os índios foram usados pelo empresário e permaneceram vários dias em condições insalubres para atender aos anseios de Uirauchene e transformar a situação em pauta para a mídia oposicionista denegrir a imagem do governador Flávio Dino.
Passados quatro meses, a máscara do silvícola com sobrenome da nobreza portuguesa caiu e a Justiça Federal, de acordo com denúncia do Ministério Público Federal de 2004, o condenou pelo sequestro de dois funcionários da FUNASA, que permaneceram oito dias em poder dos indígenas.
A sentença da Justiça Federal considera a situação de Uirauchene como “grave, pois o acusado figurava como representante dos direitos indígenas, exercendo posição de liderança na comunidade, e ao invés de zelar pela paz e ausência de conflitos entre os índios e a FUNASA desse modo não procedeu, devendo ser aplicada maior reprovabilidade a sua conduta”.
Prestes a ir para a cadeia por um crime que ele disse não ter cometido, o empresário soma mais uma mentira no rol que já inclui propina para assessora do governador e sequestro de índio pelo Governo.
Depois de ser santificado pela oposição como soberano de todas as verdades, Uirauchene agora se vê acuado com a realidade.
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