Randolfe entra com mandado de segurança no STF contra João Alberto
O Globo – Foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF) uma briga antiga do presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto de Souza (PMDB-MA), com o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos autores da representação pedindo a cassação do senador preso Delcídio Amaral (PT-MS). Randolfe entrou hoje no STF com um mandado de segurança para tentar encerrar um pedido de abertura de processo contra ele desengavetado por João Alberto horas antes da representação contra Delcídio ser encaminhada ao Conselho.
O processo contra Randolfe Rodrigues e João Capiberibe (PSB-AP), estava parado na assessoria jurídica da Casa desde 2013. Os dois são inimigos políticos do ex-senador José Sarney, que é líder político de João Alberto, no Amapá. Se João Alberto decidir dar prosseguimento a representação, por serem investigados, nem Randolfe nem Capiberibe poderão continuar como membros do Conselho que irá julgar a cassação de Delcídio.
O pedido de abertura de processo contra os dois senadores foi motivado por uma denúncia feita pelo ex-presidente da Assembleia, Fran Soares. Segundo a denúncia, eles ainda como deputado e governador, respectivamente, mantiveram esquema de pagamento de “mensalinho” para deputados do Amapá. Randolfe diz que o caso já foi arquivado pelo Ministério Público do Amapá e o autor da denúncia, que teria recorrido ao Conselho do Senado a mando de Sarney, está sendo processado por ele e pelo Ministério Público por denunciação caluniosa.
Para tentar barrar o que chamou de “perseguição” de João Alberto para “melar” a investigação de Delcídio no Conselho, Randolfe disse que recorreu ao Supremo como o guardião de quem está tendo seu direito ameaçado. O senador amapaense disse que não aceitará que João Alberto faça com ele o que os aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fizeram com o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) no Conselho da Câmara.
— Esse senhor João Alberto pensa que eu sou um dos seus capangas lá do Maranhão, mas eu não tenho medo do seu gangsterismo político. Ele segura esse pedido de abertura de processo contra mim há três anos para me ameaçar. É uma ação típica de quem não quer que o Conselho funcione. Esse senhor é mantido como presidente do Conselho para isso — protestou Randolfe Rodrigues.
Indagado porque decidiu desengavetar o pedido de abertura de processo contra Randolfe justamente no dia que seu partido representou contra Delcídio, João Alberto simplesmente respondeu que, pela demora, já era tempo de fazê-lo.
— É uma distinção nossa porque foi agora que eu achei que era necessário. Achei que já estava demorando e pedi para eles me encaminharem o processo. Não houve ainda decisão. Se eu aceito a denúncia ou não — disse João Alberto.
Comentários estão desativados