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Pioneirismo: Marrapá reúne membros do grupo de WhatsApp para sabatina com Márcio Jerry

Em iniciativa pioneira, o blog Marrapá reuniu os mais de 250 membros do seu grupo de WhatsApp, na noite desta terça-feira (14), para uma sabatina com o deputado federal Márcio Jerry. Ao total, o parlamentar respondeu 11 perguntas sobre os mais variados temas.

Veja as perguntas e respostas da sabatina:

1) Márcio Jerry, você acredita na possibilidade do Congresso brasileiro aprovar a taxação de grandes fortunas para investir no combate ao coronavírus? (Monica Moreira Lima, Jornalista)

Defendo a proposta, mas considero que maioria do Congresso não a aprova. Note que em meio à pandemia o setor financeiro hoje sinalizou com a necessidade de aumentar taxa de juros. Troço assim super atrasado, cruel. A elite econômica e muitos que a seguem não aceitam mexer nas grandes fortunas, na tributação de lucros e dividendos, enfim, em nada que se dirija à repartir de forma mais adequada a renda socialmente produzida.

2) Frente às desobediências do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia de coronavírus no país, que medidas podem ser tomadas pelo Congresso Nacional? (Rogério Silva, Jornalista)

O Congresso tem aprovado medidas de impacto, de importância para o país, assumindo para si a responsabilidade que tem faltado ao presidente da República. Acho, contudo, que não é hora de propor impeachment, como alguns propuseram. Temos que seguir fazendo oposição firme, apontando os erros, construindo soluções, fazendo o Brasil atravessar essa tão grave crise. Em suma, o Congresso deve continuar ocupando esse vácuo de incompetência e irresponsabilidade do pres Bolsonaro.

3) Em que estágio prático se encontra a CPMI das Fakes News. (Barbosa, de Barra do Corda)

Com esse recesso todas as comissões paralisaram. Conseguimos prorrogar o prazo e agora estamos pleiteando que a contagem desse prazo só seja feita a partir da normalidade dos trabalhos legislativos. A CPMI estava numa fase muito importante quando foi interrompida por força da pandemia.

4) Você acha certo gastar dinheiro com eleição em meio a crise em que vivemos? Qual sua opinião sobre o possível adiamento do pleito? (Leonardo Prazeres, São Luís)

Acho errado até falar em eleição agora. Foco deve ser integralmente o combate ao coronavírus, buscar saídas para tão grave crise. Quando a tempestade passar a gente debate eleições e inclusive a forma de financiamento. Acho também que não dá agora pra falar também em adiamento, é precipitado.

5) O que pensa o deputado sobre os partidos abrirem mão dos fundos Partidário e Eleitoral para que o dinheiro seja usado no combate ao coronavírus e destinado, inclusive, para minimizar impactos na vida econômica da população mais necessitada? (Jeisael Marx, São Luís)

Amigo Jeisael Marx , essa não é uma questão simples, que se responda com demagogia ou ao sabor de quaisquer oportunismos. Quem financia a democracia? Quem na democracia deve assegurar o funcionamento dos partidos políticos? Não podemos reforçar a estigmatização da política, a criminalização da política. Fundo partidário é uma realidade; fundo eleitoral ainda é uma ficção que pode ou não virar realidade. Ademais, não serão estes recursos que resolverão os problemas da economia e do combate à pandemia. Acho que há margens para debater o assunto, mas sem essa ilusão oportunista de que é o que vai resolver. Estamos falando de algo, os efeitos da pandemia, que requer investimentos acima de 10% do PIB, não estamos falando de 2 bi. Sei que o tema tem simpatia de um certo senso comum antipolítica, mas sinceramente não creio em medidas que parecem boas e tirar o foco do essencial, como taxar lucros, dividendos e grandes fortunas, como ter um sistema justo que assegure direitos ampliados para todo o povo. Registro que na Cãmara dos Deputados já reduzimos 150 milhões de despesas nesse período, recursos remanejados para o combate ao coronavírus.

6) Como legislador e dirigente partidário, ao seu ver, o que poderia ser feito para possibilitar que as eleições municipais ocorram ainda este ano? (Jorge Coelho, advogado)

Foco na pandemia, tudo depende disso. Passar a tempestade a gente examina o que fazer com eleições. A priori defendo que sejam mantidas, mas a realidade concreta dirá. Que passemos logo por essa travessia.

7) Alguma chance da MP 905 ser rejeitada? (Márcio Jardim, São Luís)

Não, infelizmente. Votando agora. O relatório modificou bastante, mas na essência continuo uma proposta inadequada ao momento. Pauta de retirar direitos dos trabalhadores quando precisamos de mais direitos. Há um debate equivocado que é sempre feito quando dessas votações de subtração de direitos: oferecem o paraíso que nunca aparece. Lamento que em meio a tantas medidas positivas, corretas, a Câmara tenha pautado e aprovado a matéria. Salve, Conde!

8) O que o deputado acha da anulação do Decreto de Utilidade Pública (DUP) do Porto São Luís, investimento de US$ 500 milhões, e que deveria gerar 3 mil empregos diretos no pico das obras? O decreto foi anulado pela secretaria de Indústria e Comércio e compromete a continuidade do empreendimento. Há a possibilidade de edição de um novo decreto pelo governador Flávio Dino em benefício do Porto São Luís? (Erika Rosa, Jornalista)

Governo tem lidado com esse tema buscando conjugar o interesse econômico, o impulso ao desenvolvimento do Estado, com garantia de direitos sociais e ambientais. Houve muitas controvérsias, há pontos a serem melhor clareados, melhor especificados, para que seja algo realmente importante para o Maranhão.

9) Márcio Jerry, assistimos diariamente o confronto entre a direita bolsonaristas e a esquerda lulista criando um clima de instabilidade institucional. O senhor avalia que estamos caminhando para um regimento militar autoritário? (Felipe Klamt, jornalista e publicitário)

Não creio, apesar da vontade do Bolsonaro. Creio também que precisamos pensar e agir além dessa bipolaridade. Lula é o maior líder popular do país, tem muito ainda a contribuir, mas é preciso alargar para além do “lulismo”, articular uma frente ampla em defesa da democracia, de direitos e do desenvolvimento nacional. Bolsonaro, com 1 ano, 3 meses e 14 dias, é um presidente envelhecido, carcomido, solitário, se fragilizando. Mas não é um presidente morto, nem um ator político insignificante. Ele se alimenta da galvanização de uma base que funciona como uma horda barulhenta. Bolsonaro será breve.

10) Deputado, esta pandemia, assim como outras ao longo da história dos homens, vai passar. Na sua opinião, o que mudar para o pós-pandemia sobre os pontos de vista de vista moral, espiritual e político? (Robson Junior, radialista do Reportér Difusora)

Grande Robson, pergunta que tem angustiado e humanidade, mobilizado cérebros, gerado inquietações. Há lições profundas. Uma: a incapacidade dos sistemas de saúde para atender a população massivamente. Não me refiro ao Brasil, me refiro aos EUA e países centrais europeus. Do ponto de vista moral, espiritual e político, muitas lições. Aprendemos? É cedo pra dizer, mas torço para que disso resulte uma sociedade com maior noção de justiça e solidariedade.

11) Deputado, o que vocês que são aliados do governador estão programando para tirar o Maranhão da crise para depois da Pandemia? Já existe algo planejado? (Fred Kennedy, vereador de Morros)

Governador Flávio Dino tem atuado de forma muito firme, determinada, responsável. Age no Maranhão, ajuda a articular saídas em âmbito nacional. E aqui conjuga medidas sanitárias preventivas, suporte hospitalar para tratar pacientes e medidas econômicas para mitigar os efeitos da crise. As saídas no pós pandemia não estão nos limites dos estados, dependerão muito das ações globais, da União, e de outros arranjos nas relações dos estados e destes com os municípios. Serão dias difícies estes do pós pandemia. Mas nada pior que a pandemia, portanto que passe logo.

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