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Estudo da UFMG aponta falhas nas políticas públicas federais de enfrentamento ao coronavírus

Um estudo do Centro de Desenvolvimento e Planejamento (Cedeplar), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), analisa políticas do governo federal adotadas pelo Brasil para o enfrentamento ao novo coronavírus e aponta falhas para conter a transmissão e o achatamento da curva de transmissão. A pesquisa foi apresentada no Bom Dia Brasil desta quarta-feira (6).

A nota técnica dos pesquisadores indica que a União deixou medidas de distanciamento social a critério de estados e municípios; não expandiu testes de forma eficiente, com percentual inferior à média para países da região e países desenvolvidos; e não promoveu a conscientização e comprometimento da população, tendo no presidente o maior exemplo de desobediência.

O estudo analisou 182 medidas implementadas pelo governo federal entre os dias 31 de dezembro de 2019 e 15 de abril de 2020. O grupo representa o Brasil na Plataforma Internacional de Mapeamento das Políticas Públicas no Combate à Pandemia (polimap), que conta com 50 pesquisadores de pelo menos 15 países.

De acordo com Fernanda Cimini, coordenadora do estudo, no momento em que o país começou a enfrentar dificuldades para aquisição de testes e equipamentos respiratórios, não foram adotadas medidas mais restritivas de achatamento da curva da pandemia. Para mitigar os efeitos da crise, o governo priorizou, ao contrário do resto do mundo, a austeridade econômica à proteção social.

Segundo o Cedeplar, entre os maiores desafios do país está a ausência de uma política nacional coordenada para a contenção da transmissão do vírus. Além disso, há uma dinâmica de governança marcada não somente por conflitos dentro do executivo, com autoridades federais, estaduais e municipais, como também pela falta de diálogo entre sociedade civil e empresariado na tomada de decisões. (G1)

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