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“Eu mesmo mostro para ele”, diz Flávio Dino após Bolsonaro sugerir que seguidores entrem em hospitais para filmar oferta de leitos

Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sugerir a seus seguidores que invadam hospitais públicos e de campanha do País para filmar oferta de leitos, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) manifestou-se no Twitter, dizendo que ele mesmo poderia mostrar as unidades de saúde do estado ao mandatário.

“Se Bolsonaro não fosse essa pessoa despreparada e desesperada, saberia que não precisa mandar invadir hospital. Basta verificar os boletins que os governos estaduais publicam com o número de leitos ocupados. E se ele quiser visitar os nossos hospitais, eu mesmo mostro para ele”, disse Dino.

O governador também disse que o presidente “não pode mandar invadir hospital e filmar locais onde estão pacientes e profissionais trabalhando. E também não pode mandar extraoficialmente nada para Polícia Federal. Se manda, tem que ser por ofício assinado. E ABIN não pode investigar”

No dia em que o Brasil ultrapassou a marca de 40 mil mortes e 800 mil infectados por coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sugeriu aos seus seguidores que entrem em hospitais de campanha e hospitais públicos e filmem o interior para averiguar se os leitos estão livres ou ocupados. Em transmissão ao vivo em sua página no Facebook, nesta quinta-feira (11), ele afirmou que há “ganho político” em aumento do número de óbitos.

“Pode ser que eu esteja equivocado, mas na totalidade ou em grande parte ninguém perdeu a vida por falta de respirador ou leito de UTI. Pode ser que tenha acontecido um caso ou outro. Seria bom você fazer, na ponta da linha, se tem um hospital de campanha aí perto de você, um hospital público, arranja uma maneira de entrar e filmar. Muita gente tá fazendo isso, mas mais gente tem que fazer para mostrar se os leitos estão ocupados ou não, se os gastos são compatíveis ou não”, disse Bolsonaro.

Bolsonaro orientou que, caso as imagens demonstrem alguma anormalidade, sejam enviadas ao governo federal para que a Polícia Federal ou Agência Brasileira de Inteligência (Abin) possam investigar.

De acordo com o presidente, o governo está recebendo relatos de mortes por covid-19 de pessoas que já tinham problemas sérios de saúde e a família não sabia que havia contraído a doença. “Isso não é uma pessoa ou outra. São dezenas de casos por dia que chegam nesse sentido. Não sei o que acontece, o que querem ganhar com isso. Tem um ganho político, só pode ser isso, aproveitando as pessoas que falecem para ter um ganho político e culpar o governo federal”, afirmou.

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