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Justiça determina busca e apreensão em fazenda de aliado da ex-prefeita de Cajari

Policiais Militares e um Oficial de Justiça cumpriram, no último domingo (28), mandado de busca e apreensão, expedido pela juíza Caroline de Sousa Castro, titular da 2ª Vara da Comarca de Viana, que teve como alvo uma fazenda localizada no povoado Porteira, na cidade de Cajari, na região da Baixada Maranhense.

O imóvel pertence a João Valber, aliado da ex-prefeita Camyla Jansen Pereira, derrotada nas urnas ano passado e que é acusada, de acordo com denúncias que estão sendo apuradas pela Justiça, Ministério Público e Polícia Judiciária, de ter subtraído documentos públicos do Município com o objetivo de prejudicar o governo eleito; além de se eximir de possíveis crimes de desvio de recursos praticados contra o erário público.

As denúncias protocoladas no MP e Poder Judiciário levaram auditores do Município a realizar uma visita na referida fazenda ainda no sábado (27). Com a anuência do caseiro, que disse não possuir relação com os possíveis crimes, foram encontrados em um dos cômodos da casa diversos documentos, tais como contratos de licitação e de serventuários, por exemplo. Curiosamente, no dia seguinte, quando as autoridades foram cumprir o mandado, todo o material havia desaparecido, restando apenas alguns papeis com claros indícios de que foram queimados.

Restos de documentos encontrados na fazenda de ex-prefeita.

Outra situação atípica ocorreu na sede da cidade, onde a ex-prefeita possui residência. Na garagem da sua casa, servidores da Secretaria Municipal de Educação encontraram materiais que deveriam ter sido encaminhados, ainda em 2020, para a Escola Municipal que serve os moradores do povoado Itaquipé. A descoberta só foi possível graças a colaboração da ex-diretora da EM. Os materiais foram adquiridos no ano passado com recursos do PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola).

“O incrível é que esses materiais deveriam ter sido comprados pela própria diretora da escola, mas não foi assim que ocorreu! A desculpa foi que o material só foi entregue no mês de janeiro e a empresa entregou na casa da ex-prefeita. O estranho é que mesmo o material estando na casa da ex-prefeita, ela não tomou a providência de mandar entregar na escola do povoado ou na Secretaria de Educação.

Os materiais estão na Secretaria de Educação e em breve serão encaminhados corretamente para a escola onde já deveriam estar há bastante tempo! Mais uma triste realidade deixada pela ex-gestão! O trabalho é árduo, mas estamos colocando a casa em ordem”, relatou a prefeita eleita, Maria Félix, em suas redes sociais.

Bloqueio – Em dezembro do ano passado, a juíza Odete Maria Pessoa Mota Trovão, da Primeira Vara da Comarca de Viana, determinou o bloqueio das contas do município de Cajari, à época ainda administrado por Camyla Jansen. A medida visou evitar que a então gestora continuasse a lesar os cofres públicos cajarienses.

Relatório subscrito pelo Ministério Público e Controladoria Geral da União constatou movimentação financeira atípica, no período compreendido entre os meses de janeiro a outubro, envolvendo recursos da saúde e educação. Após a análise, CGU e Parquet constataram que 17 empresas que haviam celebrado convênio com o governo de Camyla Jansen pertenciam à pessoas de baixa renda. Oito empresas possuíam sócios políticos e 11 não possuíam empregados em seus quadros, sendo, portanto, classificados como contratos que envolviam movimentações financeiras suspeitas.
Foi confirmado também que foram pagos pela gestão da então prefeita às empresas com indícios de fraude o total de R$ 2.826.191,39, a partir de recursos da saúde.

O relatório apontou ainda que o Município de Cajari repassou a tais empresas a quantia de R$ 2.948.408,02, oriunda dos recursos da educação.

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