Morte no Tech Office

As cinco mentiras de Brandão no debate para proteger o sobrinho Daniel Itapary

Blog do Gláucio Ericeira

O assassinato do empresário João Bosco Oliveira Sobrinho, motivado por uma cobrança de propina em cima de um pagamento de R$ 778 mil liberado pela Secretaria de Estado da Educação a uma empresa de vigilância inapta, conforme afirmou seu executor, Gilbson César Soares Cutrim, foi tema do debate entre os candidatos ao Governo do Maranhão promovido pela TV Mirante ontem.

O governador Carlos Brandão, candidato a reeleição pelo PSB, foi emparedado acerca do assunto e proferiu uma verdade e cinco mentiras em relação ao mesmo.

A verdade é que Brandão confirmou que o seu sobrinho, Daniel Itapary Brandão, secretário de Estado de Monitoramento de Ações Governamentais e membro do conselho do Porto do Itaqui, esteve na cena do crime, conforme foi revelado com exclusividade por um consórcio de veículos de comunicação que investiga o caso e do qual este Blog faz parte.

As mentiras são as seguintes: Brandão afirmou que, após o assassinato, ocorrido no dia 19 de agosto na área externa do edifício Teach Office, na Ponta D´Areia, em São Luís, Gilson Cutrim foi preso dois dias depois.

O assassino confesso de João Bosco foi detido somente no dia 29 de agosto, após se entregar espontaneamente. E foi solto na primeira semana deste mês beneficiado por um habeas corpus concedido pelo desembargador Francisco Ronaldo Maciel Oliveira, do Tribunal de Justiça.

A segunda mentira de Brandão foi afirmar que o seu sobrinho/secretário encontrou-se de forma casual com o assassino confesso; a vítima; e o vereador Beto Castro (Avante).

Daniel Brandão ligou para Gilbson Cutrim e articulou o encontro dele com Bosco e Beto Castro.

Foi Daniel Brandão, inclusive, quem puxou uma cadeira, na lanchonete Tapioca da Ilha, para que Cutrim se sentasse e participasse do encontro com ele, a vítima e Castro.

Carlos Brandão disse que seu sobrinho passou apenas dois minutos na cena do crime.

Outra inverdade. As imagens exclusivas obtidas pelo consórcio de comunicação confirmam que Daniel Brandão reuniu-se, por mais de seis minutos, com o trio, tendo saído somente para cumprimentar e conversar com um defensor público.

Não retornou por que, minutos depois, o assassinato havia sido consumado.

O governador, numa clara tentativa de acobertar o sobrinho, afirmou que o mesmo apenas conversou com Beto Castro sobre política e pesquisas.

Mentira. Daniel Brandão, como foi dito, foi quem articulou o encontro que resultou na morte de Bosco que, na ocasião, estava ameaçando de morte Gilbson e sua família.

Sobre o pagamento de R$ 778 mil feito pela Seduc a uma empresa inapta, em um intervalo de apenas 24 horas – o processo era de 2014 e passou sete anos como restos a pagar – Carlos Brandão informou que o Governo o efetuou por tratar-se de uma determinação do Ministério Público do Trabalho.

O MPT não tem competência para determinar pagamento – cabe, tão somente, à Justiça do Trabalho – e pode, sim, sugerir ou propor tal medida.

Portanto, mais uma mentira do governador e candidato a reeleição.

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