Silêncio

Cúpula da Secretaria de Segurança silencia sobre presença do sobrinho de Brandão em cena de crime

A cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP) silenciou ao ser confrontada a dar explicações sobre a presença de Daniel Itapary Brandão, titular da Secretaria de Monitoramento de Ações Governamentais e sobrinho do governador Carlos Brandão, na cena do crime que teve como vítima o empresário João Bosco, no dia 19 de agosto (veja no vídeo abaixo).

Bosco, apontado como um cobrador do vereador Beto Castro (Avante), aliado do governo do estado, foi executado por Gilbson Cutrim em frente ao Edifício Tech Office. Em depoimento, o assassino confesso não apenas revelou a presença de Daniel Brandão no local como também um esquema de pagamento de propina na Secretaria Estadual de Educação (SEDUC).

Desde então, a Polícia Civil e o governo se negam a dar declarações sobre o caso e fogem de abordagens sobre o assunto. Foi o que aconteceu nessa segunda-feira, 26, durante ato de campanha em apoio a Brandão que contou com a participação de integrantes das forças de segurança estaduais. 

O jornalista Jeisael Marx enquadrou o secretário de Segurança Pública, coronel Sílvio Leite, e o delegado-geral de Polícia Civil, Jair Paiva, e pediu que ambos se pronunciassem sobre a presença de Daniel Brandão na cena do crime, mas eles se negaram. 

Jair Paiva disse apenas que o inquérito estava sob sigilo e não respondeu a nenhum dos questionamentos. Já Sílvio Leite afirmou que responderia aos questionamentos caso Jeisael marcasse formalmente uma entrevista. Após as rápidas declarações, os integrante da cúpula da Segurança Pública do estado trataram de sair da situação desconfortável o mais rápido possível.

Pelo comportamento dos dois, fica clara a tentativa de não apenas dar por encerrado o caso, como também proteger, a todo custo, Daniel Brandão e acobertar a sua presença na cena do crime. 

As revelações feitas pelo consórcio de jornalistas que apura o caso mostram que foi o próprio Daniel Brandão quer agendou o encontro entre Beto Castro, João Bosco e Gilbson Cutrim no dia 19 de agosto que acabou resultando na morte de Bosco.

No depoimento, o assassino confesso afirmou que cometeu o crime, pois Bosco o estava ameaçando para receber 50% de propina em cima de um valor de R$ 778 mil oriundo do pagamento, por parte da Seduc, de uma empresa de vigilância que estava inapta.   

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