caso João Bosco

Novas relevações sobre o Caso Bosco devem ampliar o leque de políticos envolvidos num esquema de distribuição de dinheiro com origem suspeita

O consórcio de jornalistas que investiga o caso chegou a uma série de documentos que revelam uma espécie de contabilidade com a distribuição de quantias de dinheiro a inúmeros políticos.

Ao contrário do que tenta fazer a polícia, que é encerrar o caso como se fosse um homicídio oriundo de uma simples cobrança de dívida, os jornalistas que investigam o caso têm descoberto uma teia de ligações que envolve lobby dentro do executivo estadual desde o governo Dino para recebimento de “restos a pagar”, e que se ampliou no governo Brandão com a participação de agentes públicos diretamente ligados ao gabinete do governador, de acordo com os documentos obtidos pelos jornalistas envolvidos na investigação.

Uma das revelações feitas no depoimento de Gilbson Cutrim, assassino confesso de João Bosco, é a senha para o aprofundamento da investigação jornalística: foi Daniel Itapary Brandão quem ligou para Gilbson Cutrim, sócio do Jornal Itaqui-Bacanga, que mantem negócios e relações estreitas com o governo há anos.

Ao contrário do que foi revelado, de que Gilbson teria sido procurado por alguém de fora do governo para intermediar a liberação de um pagamento da Seduc, na verdade, foi alguém ligado ao governo que procurou Gilbson para ir atrás do empresário com pagamento a receber do governo, e negociar uma “comissão” pelo recebimento.

Conforme o próprio governador Carlos Brandão revelou ao ser provocado sobre o assunto em debate na TV Mirante, 90 empresas estariam na mesma situação da SH Vigilância, com dinheiro a receber de restos a pagar dentro do governo, das quais 70 já haviam recebido.

O modus operandi que resultou no pagamento de forma irregular à SH Vigilância, que gerou a desavença no rateio da “comissão”, com a participação de um vereador, de um secretário e de um lobbysta que acabou assassinando um servidor da Seduc, pode ter se repetido em outros pagamentos?

A contabilidade acessada pelos jornalistas aponta indícios de participação de outros agentes políticos, inclusive de mandato, no rateio de dinheiro de origem duvidosa, em datas anteriores envolvendo a liberação de outros pagamentos.

Documentos escritos à mão, atribuídos a João Bosco, descrevem o direcionamento de quantias diferentes a vários políticos e a alguns nomes inicialmente desconhecidos mas que estão sendo checados e identificados pelos jornalistas.

O sistema de Segurança Pública do estado, comprometido politicamente, não tem condições de levar o caso adiante, que pode revelar um intricado esquema de corrupção dentro do governo.

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