Considerado o maior supermercado de São Luís no início dos anos 2000, o Maciel está à beira da falência neste ano, com atrasos no pagamento dos funcionários e o fechamento contínuo de lojas. Os adversários do governador Flávio Dino aproveitam para culpar o governo pela situação do empresário Raimundo Maciel.

No entanto, a crise no supermercado começou há pelo menos dez anos. Após dominar praticamente sozinho os principais pontos da cidade, o Maciel passou a enfrentar, em 2004, a concorrência do Supermercado Mateus, que, vindo do interior, inaugurou cinco lojas em São Luís no intervalo de três anos.

Os anos subsequentes, até 2010, foram de expansão constante para o Mateus, que alcançou a marca de 23 lojas, entre atacado e varejo, operando em seis cidades do Maranhão. Nesse meio tempo, o Supermercado Maciel entrou em uma espécie de inércia: apesar da grande estrutura montada em São Luís, nunca expandiu seus negócios para o interior.

Enquanto o Mateus já conquistava mercado até em outros estados, o Maciel sofreu um duro golpe em 2011, no início desta década. Uma ex-gerente foi presa após desviar R$ 7 milhões da empresa em 2013. Esse desfalque afetou significativamente as finanças do supermercado, que já lutava para sobreviver.

Com a crise interna instalada, até mesmo o Centro de Distribuição do Maciel, localizado no Distrito Industrial de São Luís, foi alugado para o Mateus.

Ao contrário do que alegam os adversários de Flávio Dino, não foi um projeto de lei sancionado em 2017 que quebrou o Maciel e deu monopólio ao Mateus. A história dos supermercados em São Luís mostra claramente que a gestão pode tanto quebrar quanto expandir uma empresa.