
Ex-presidente e diretores do INSS são apontados como envolvidos em fraude bilionária
A investigação que resultou na Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), revelou que pelo menos cinco autoridades ligadas à cúpula da autarquia, incluindo o ex-presidente Alessandro Stefanutto e diretores ainda em exercício. A apuração aponta que o esquema pode ter causado um prejuízo de até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
A lista dos envolvidos inclui Geovani Spiecker (afastado), atual diretor substituto de benefícios, que teria autorizado o envio de dados à Dataprev para reativar descontos, mesmo sem respaldo legal.
Também são investigados o ex-diretor de benefícios André Paulo Felix Fidelis, que teria assinado novos convênios com entidades mesmo após denúncias; Jucimar Fonseca da Silva, que validou tecnicamente a reativação dos descontos; e Virgilio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, procurador-geral da autarquia, que teria ratificado entendimento favorável ao desbloqueio e cuja família recebeu valores de empresas ligadas a suspeitos do esquema.
Ao menos cinco municípios maranhenses figuram entre os que apresentaram maior concentração de descontos associativos indevidos sobre benefícios do INSS em março de 2024. Juntas, essas cidades somam 7.406 aposentados e pensionistas, dos quais 4.948 (66,8%) tiveram parcelas descontadas irregularmente, gerando um impacto de R$ 188.948,17 apenas naquele mês.