à luz do dia

Major da PM é morto em São Luís; imagens sugerem execução

O major André Felipe, da Polícia Militar do Maranhão, foi morto na tarde desta quarta-feira (30), no bairro São Francisco, em São Luís. Lotado no Gabinete Militar da Assembleia Legislativa, o oficial foi morto por dois homens em uma moto. A dinâmica revelada por imagens de câmeras de segurança do entorno sugerem que o crime foi uma execução.

As gravações mostram o momento em que os suspeitos se aproximam do major, que havia descido do carro e estava ao lado de um posto de combustíveis. Os criminosos passaram inicialmente pela rua Inácio Xavier de Carvalho, onde fica uma oficina em que eles teriam se abrigado após o crime, e retornaram em seguida efetuando os disparos. O oficial foi atingido com vários tiros e caiu com a arma em punho. Um dos criminosos apareceu escondido atrás do carro do Major minutos antes do crime. Há indícios de que os suspeitos vinham seguindo o major desde o bairro Renascença.

O crime ocorreu em uma área de grande movimentação, gerando forte impacto no trânsito da região devido à presença de diversas viaturas policiais. O local foi isolado e as investigações já foram iniciadas para identificar os autores do homicídio.

Uma resposta para “Major da PM é morto em São Luís; imagens sugerem execução”

  1. CARLOS FARIAS disse:

    *ESTADO E OS LIMITES DO DISCURSO DE JUSTIÇAMENTO*
    Governador Carlos Brandão,
    As recentes declarações de Vossa Excelência, nas quais empregou expressões como “Nossas forças de segurança não vão descansar até prender os envolvidos. Já determinei o início imediato das buscas e investigação, para que a justiça seja feita com todo o rigor da lei.” para referir-se à perseguição de um homicida, suscitam profunda reflexão sobre os limites da atuação estatal em um Estado Democrático de Direito. Embora reconheçamos a legitimidade da indignação popular e do dever constitucional de combater a criminalidade, é imperioso lembrar que a autoridade máxima de um Estado não pode se confundir com a figura do justiceiro.
    A Constituição Federal de 1988 é clara: o Estado deve agir com rigor, mas sempre dentro da legalidade. Quando um governador adota retórica que ecoa a lei de Talião (“olho por olho”), corre-se o risco de:
    • Incentivar abusos por parte das forças de segurança, como prisões arbitrárias ou violações de direitos humanos;
    • Minar a credibilidade das instituições, substituindo a justiça processual por espetáculos de punição sumária;
    • Alimentar ciclos de violência, já que a linguagem bélica (“justiça seja feita”) tende a legitimar confrontos em vez de soluções estruturais. Se o Estado reproduz a lógica do “inimigo a ser eliminado”, como diferenciá-lo daqueles que pretende combater? A história recente do Brasil mostra que operações baseadas em discursos de “guerra” frequentemente resultam em:
    • Mortes de inocentes (como em operações policiais com altas taxas de letalidade);
    • Erosão da confiança pública (dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam que 76% das vítimas de intervenção policial são negras e periféricas);
    • Impunidade para agentes do Estado que cometem excessos, sob o pretexto de “combate ao crime”. Senhor Governador, a sociedade maranhense clama por segurança, mas também por respeito aos direitos fundamentais. Sugerimos que Vossa Excelência priorize:
    • Inteligência policial com bases técnicas, não emocionais;
    • Fortalecimento do Ministério Público e do Judiciário para assegurar investigações ágeis e legalidade nas prisões;
    • Políticas preventivas (emprego, educação e inclusão social) que ataquem as raízes da violência. A Força do Estado Reside na Lei, não na Força Bruta. Um governante não é um vingador, mas o guardião da ordem legal. Conclamamos Vossa Excelência a revisitar o discurso público, substituindo a linguagem da vingança pela da justiça eficiente e imparcial. O Maranhão merece um líder que una firmeza contra o crime e inalterável respeito à dignidade humana – pois só assim se constrói uma paz duradoura

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *