maranhão livre da fome

Brandão mira no combate à fome

O lançamento do programa “Maranhão Livre da Fome”, nesta sexta-feira (9), marcou um ponto de inflexão no governo Carlos Brandão e expôs uma estratégia nítida: assumir o protagonismo no combate à miséria e à insegurança alimentar — temas que permanecem como feridas abertas desde a gestão de seu antecessor, Flávio Dino. Apesar de ter passado pelo Ministério da Justiça e integrar hoje o Supremo Tribunal Federal, Dino carrega no currículo de oito anos à frente do Palácio dos Leões a marca de um Maranhão ainda entre os estados mais pobres do país, com índices alarmantes de fome e desnutrição.

Dados do IBGE de 2023 revelaram que mais da metade da população maranhense vivia em algum grau de insegurança alimentar. Mesmo com programas sociais e uma retórica voltada ao desenvolvimento, os avanços concretos não chegaram de forma efetiva ao prato da população mais vulnerável. Brandão, ao apostar em uma política direta de transferência de renda, inclusão socioprodutiva e ampliação de serviços básicos, sinaliza uma mudança nas prioridades.

A entrega dos primeiros cartões começou por São Luís, São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar — cidades estratégicas da Grande Ilha, com peso eleitoral relevante. Em segundo plano, está a disputa pela sucessão em 2026. A crítica implícita à gestão da fome nos governos anteriores, embora o rompimento com Dino não seja declarado, revela a intenção de Brandão de se posicionar como um gestor prático, focado em resultados, distante dos simbolismos que marcaram a era comunossocialista no estado.

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