PF deflagra operação às vésperas de julgamento do Podemos em São Luís

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A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (14) a Operação Malversador para desmontar um esquema criminoso de candidaturas fictícias usado para desviar recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) nas eleições de 2024 em São Luís.

Segundo a investigação, parte dos recursos vindos do fundo público foi movimentada por meio de contratos fictícios, empresas de fachada, notas fiscais superfaturadas e documentos inidôneos. Uma das empresas investigadas recebeu R$ 400 mil por supostos serviços de publicidade com adesivos. Além disso, sete candidatos a vereador da legenda, todos não eleitos, repassaram R$ 969,5 mil ao mesmo CNPJ.

As apurações também revelaram o uso de candidaturas “laranjas” para simular o cumprimento da cota de gênero e viabilizar os desvios. Um dos casos mais emblemáticos é o da influenciadora Brenda Carvalho, candidata a vereadora pelo Podemos, que recebeu R$ 300 mil do fundo e teve apenas 18 votos. Em depoimento à Justiça Eleitoral, ela admitiu não ter feito campanha, reforçando a suspeita de que sua candidatura foi apenas uma simulação.

A operação teria relação com as ações de investigação judicial eleitoral (AIJEs) que podem resultar na cassação dos mandatos dos vereadores eleitos pelo Podemos em São Luís: Fábio Macedo Filho, Raimundo Júnior e Wendell Martins. O julgamento do caso que investiga a fraude na cota de candidaturas femininas está previsto para esta quinta-feira (15).

Entre os crimes investigados estão organização criminosa, peculato eleitoral, falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro. A PF destacou que há fortes indícios de que pessoas físicas e jurídicas receberam mais de R$ 1 milhão de forma fraudulenta a partir do uso indevido do FEFC.

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