CRÍTICAS

Avidez econômica da Globo no Maranhão pauta comentários de Alexandre Garcia

A afiliada da Rede Globo no Maranhão trocou de mãos para turbinar sua avidez pelas verbas públicas de publicidade. Depois que a filha do ex-senador José Sarney deixou ser inquilina do Palácio dos Leões, a TV Mirante, tentáculo mais poderoso do feudo da mídia eletrônica da família Sarney, voltou suas baterias para o governo que a sucedeu. Balizado pelo declínio no faturamento, antes multimilionário graças ao erário do estado mais pobre da federação, o jornalismo da Globo no Maranhão desde seu início, coincidentemente, está atrelado aos interesses políticos dos oligarcas aferroados ao poder. No dia a dia da emissora fixou-se pautas recorrentes com alvo e objetivos inequívocos. Ninguém que procure vai achar uma reportagem produzida pela emissora que mostre os Sarney como eles são.

Antes condescendente com os desmandos e incompetências da oligarquia mais longeva do Brasil, quiçá da América Latina, a TV Mirante (Globo) e todo o sistema de comunicação dos Sarney passou a posar de defensor de uma cidadania de papel trocado. Os indicadores subalternos, a condição de vida abjeta da maioria da população maranhense (esfarrapada como disse um ministro do TSE quando usurpou o poder do povo para devolvê-lo à família em 2009), a corrupção deslavada, a precariedade da educação, saúde e os horrores produzidos pela insegurança institucionalizada, nada disso pautava a mídia dos Sarney nos longos anos que comandaram o estado.

Em comentário no programa de jornalismo da rede Globo Alexandre Garcia informado pelo jornalismo Mirante destilou mais uma vez sua aversão àqueles que pugnam por uma sociedade mais justa. Sobre comunismo, o que a palavra por si só denota já o exaspera. Alexandre Garcia é um jornalista que acompanha a Rede Globo desde os primórdios da emissora dos Marinho, quando estes afagavam os militares com “reportagens” que cantavam as glórias do Brasil grande e milagroso com propósito de camuflar os porões da ditadura. Transitou com galhardia pelos DOI-Codi sem pudores como acredita que convém. Os enfoques e ênfases do jornalista em seus comentários matutinos têm alvo certeiro envelopado por uma irritante postura de vestal. Em sua trajetória, Garcia foi habituado a camuflar a realidade com realidades postiças. Jamais aceitou as novas forças políticas que avançaram na arena política a partir das greves dos metalúrgicos em 1980.

Todos lembram das investidas de Garcia em prol do impeachment. Talvez seja por isso que um simples equívoco no turbilhão administrativo de um estado sem expressão econômica tenha suplantado na pauta jornalística crises mais graves que projetam o país negativamente aos olhos do mundo. Com as mãos sempre aparente limpas, Alexandre Garcia não é a voz indicada para achincalhar nenhum governo, nem mesmo aquele que ele e sua emissora servem com venalidade.

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