Ataque?

Cappelli dá “piti” após Estadão questionar o recebimento de jeton fora do ministério

Estadão, com edição

O ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli (PSB), ficou fora do alto escalão do governo, mas mantém uma posição de influência que rende até R$ 19 mil extras por mês.

O número 2 da gestão de Flávio Dino foi colocado, em outubro, no Conselho de Administração da Companhia Distribuidora de Gás do Rio de Janeiro (CEG) e permanecerá na cadeira até agosto deste ano.

Ele entrou pela cota do Banco Nacional de Desenvolvimento Sustentável (BNDES), que tem participação na empresa e pode fazer indicações ao Conselho. A empresa tem 12 conselheiros, dos quais quatro foram indicados pelo banco e aprovados em assembleia da companhia.

Além de Cappelli, também integram o conselho os ministros José Múcio, da Defesa, e Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, e o assessor especial da Presidência da República Celso Amorim.

Cappelli sugeriu ainda que o pedido de manifestações sobre a participação dele em um conselho seria um “ataque”. “Muito me estranha esse ataque. Será que é porque eu apoio as operações da Polícia Federal contra os golpistas e estou defendendo o plano Nova Indústria Brasil?”, afirmou.

O cargo de conselheiro não é o único ocupado por Capelli. Interessado em herdar a cadeira de Dino com a ida do ex-ministro ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-secretário fez uma série de movimentos políticos à época. A posição no Tribunal acabou ficando com Ricardo Lewandowski, enquanto o número 2 de Dino ganhou a presidência da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço.

À frente da entidade, ele receberá R$ 43.270,26. A posse está marcada para 22 de fevereiro, mas Cappelli já despacha na associação.

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