Eleições em Santa Inês: vale tudo mesmo?

No vale-tudo das eleições, os limites geralmente somem da vista e o bom senso entra de férias (isso quando existe).

Na lei do aceitável, troca de farpas e indiretas são recorrentes. Mas o que dizer quando a vida ou morte de alguém entra no jogo insano pelo poder?

Em Santa Inês, pasmem: um corpo foi levado duas horas após anúncio do óbito para servir de fantoche em uma encenação na porta do recém-inaugurado Hospital Macrorregional. Parece cena de filme mórbido, mas aconteceu.

Sob o argumento de provar a ineficiência da gestão estadual e com direito a cavalo de pau da ambulância que dizia transportar o paciente, um grupo de pessoas foi à entrada do hospital estadual proferindo impropérios e afirmando o não funcionamento da unidade.

É de conhecimento público que o hospital recebe gargalos da região dentro da lógica de regulação, que movimenta pacientes via sistema integrado, e que o Macrorregional não é de porta aberta, não recebe Urgência e Emergência.

Porém, criminosamente e no intuito claro de incriminar, pessoas devidamente identificadas com roupas de campanha eleitoral estiveram no hospital a gravar vídeos e tirar fotos. Sem sequer guardar qualquer respeito ao suposto amigo que acabara de falecer, evocavam o respeito à vida. Soa incoerente.

Agora fica a pergunta: onde estão os R$ 3,6 milhões que o mesmo atual prefeito de Santa Inês recebeu do governo federal para o atendimento de Urgência e Emergência municipal?

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