Eliziane sobre CPMI: “não vamos passar mão na cabeça”
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, respondeu às críticas da oposição sobre uma suposta proteção de membros do governo Lula no início das investigações. Em entrevista a uma coluna digital da revista VEJA, nesta segunda-feira (19), a relatora enfatizou a importância de adotar um critério cronológico na comissão e afirmou que é natural que, inicialmente, o foco esteja nos nomes ligados ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Eliziane destacou que há uma tentativa por parte de alguns setores do Congresso de transformar a CPMI em um “palco de narrativas”. Ela garantiu que figuras relacionadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como o ministro da Justiça Flávio Dino e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Gonçalves Dias, serão ouvidas no momento adequado. A senadora prometeu agir caso alguém tenha contribuído para os ataques, mesmo por omissão. Ela afirmou que qualquer pessoa relacionada à estrutura atual do governo que tenha colaborado será punida e indiciada. Eliziane deixou claro que não haverá impunidade.
Na CPMI, a senadora mencionou o ex-ministro Anderson Torres e o tenente-coronel Mauro Cid como alvos iniciais de atenção. Eliziane enfatizou a importância de investigar Cid, pois havia uma tentativa clara de criar instabilidade no país e estabelecer um cenário para uma intervenção.
Quanto à possibilidade de convocar o próprio Bolsonaro, a relatora adotou uma postura mais cautelosa. Eliziane destacou que ficou evidente uma tentativa por parte do ex-presidente de questionar o resultado das eleições, o que foi mencionado em suas redes sociais. “Aí você diz: então isso é suficiente para que ele seja convocado? Eu acredito que nós precisamos reunir mais elementos em torno disso”. Segundo ela, “é o tempo que vai dizer” se Bolsonaro será ouvido. “Hoje, eu não posso descartar, como eu também não posso afirmar a possibilidade de ele ir”, declarou.
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