Flávio Dino e o multiverso da conveniência política
O comunista Marcio Jerry e o deputado estadual Adriano Sarney (PV) se reuniram nesta quarta-feira (09) com petista Francimar Melo para amarrar os últimos detalhes da federação entre PV, PCdoB e PT que deve ser confirmada nas próximas semanas sem a presença do PSB. A cena, inconcebível há alguns anos, tornou-se possível graças à união entre o governador Flávio Dino (PSB) e o ex-presidente José Sarney (MDB).
A aproximação, aliás, foi denunciada pelo próprio Adriano, em cima da tribuna da Assembleia Legislativa do Maranhão, ainda em 2019, quando Dino e Sarney se encontraram em Brasília para discutir um armistício pela primeira vez, numa reunião intermediada pelo deputado federal Orlando Silva (PCdoB) a pedido do presidente do Sistema Mirante de Comunicação e cartola da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Fernando Sarney.
Em outubro de 2021, a imprensa nacional chegou a especular a possibilidade de Adriano ser escolhido o suplente de Dino na disputa deste ano por cadeira no Senado Federal. Pouca gente deu crédito no estado. Meses depois, o governador em fim de mandato foi escolhido para suceder o pai, Sálvio Dino, na Academia Maranhense de Letras, tendo como cabo eleitoral o líder nonagenário da “última oligarquia do Brasil”.
Em janeiro, o Marrapá informou em primeira-mão que o Palácio dos Leões havia encomendado uma rodada de pesquisas para avaliar a reação dos maranhenses à iminente aliança entre Sarney e Dino. Hoje, uma semana depois de Dino dizer que a polarização com o clã oligárquico “foi se diluindo ao logo do tempo”, o presidente estadual do PCdoB e o único representante com mandato da “família que ficou bilionárias às custas do empobrecimento do povo maranhense” esqueceram as agressões mútuas do passado e encaminharam a oficialização da aliança fisiológica que vai perdurar pelos próximos quatro anos, visando salvarem as próprias cabeças e livrarem o PCdoB e o PV da extinção política.
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