Na manhã desta quarta-feira (13), o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) partiu novamente para o confronto com o ministro Flávio Dino. Desta vez, a motivação foram informações remetidas ao Supremo Tribunal Federal pelo atual Ministério da Justiça sobre termos da cooperação da Operação Lava Jato com a Suíça, em relação ao escândalo da Odebrecht.

Em agosto, o MJ informou ao ministro Dias Toffoli que não havia localizado em seus dados o acordo de cooperação para trazer ao Brasil os sistemas que geriam o “departamento de propinas” da empreiteira. Já neste mês, em novo ofício enviado na terça-feira (12), o ministério diz ter localizado o termo celebrado com a Suíça para recebimento das provas a partir da PGR, entre 2016 e 2017.

Segundo o ex-juiz, a “manobra” possibilitou decisão favorável ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mais recente julgamento do caso, em prejuízo a outras investigações.

“Não satisfeitos, o MJ e a AGU abriram, com base no engano, investigações por “crime de hermenêutica” contra procuradores e juízes. Revelada a farsa pela ANPR, o MJ teve que que se retratar”, seguiu Moro. “Poderia isso ser mais escandaloso?”, questionou.

Até o momento, Dino não respondeu, muito menos fez deboche em menção à publicação de Moro.

FOTO: Montagem/Esmael Morais