análise

Os três poderes de Flávio Dino

Desde a última semana, após ser confirmado na vaga deixada por Rosa Weber no STF pelo Senado Federal, Flávio Dino se colocou em uma posição privilegiada e pouco usual da República: a eminência sobre os Três Poderes.

Até o mês de fevereiro, quando renunciará ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e ao mandato senatorial para o qual foi eleito no ano passado, Dino manterá influência e ingerência no Executivo, com o cargo na Esplanada petista, no Legislativo, sob a égide do mandato conquistado através do voto popular, e no Judiciário, enquanto se prepara para o novo desafio na carreira.

Flávio deve “passar o bastão” no Ministério já nas primeiras semanas do próximo ano, assim que Lula definir quem irá sucedê-lo. Uma corrida velada de candidatos à pasta já iniciou-se, devendo ser intensificada assim que 2023 se tornar passado.

Assim que deixar a Esplanada, retorna ao Senado Federal, exercendo, enfim, o cargo inédito em sua trajetória política. Momento em que deve encerrar ciclos e fazer a passagem para Ana Paula Lobato (PSB), senadora suplente que representa o Maranhão na Câmara Alta desde 1º de fevereiro.

Aí, sim, vem a posse no Supremo Tribunal Federal, em 22 de fevereiro de 2024. A data é aguardada por aliados e adversários, que a veem como um marco político de consequências profundas local e nacionalmente, já que a habilidade política de Dino o alçou ao status de Brasil.

Status que será mantido enquanto for um dos 11 da Suprema Corte brasileira, aguardando silenciosamente para onde os ventos da política rumarão, e representando o Poder Judiciário — cada vez mais político — naquilo que lhe couber.

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