A Polícia Federal realizou buscas na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro e prendeu o tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, durante uma operação que investiga a inserção de dados falsos de vacinação da covid-19 no sistema do Ministério da Saúde. A operação, batizada de Venire, também cumpriu mais cinco mandados de prisão preventiva e vasculhou 16 endereços em Brasília e no Rio de Janeiro. As ordens foram expedidas no âmbito do inquérito das milícias digitais, que tramita no Supremo Tribunal Federal sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

Segundo a PF, as inserções falsas ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, e resultaram na alteração da verdade sobre a condição de imunização contra a Covid-19 dos beneficiários. Com a alteração, foi possível emitir certificados de vacinação e utilizá-los para burlar restrições sanitárias impostas pelo Brasil e pelos Estados Unidos durante a pandemia.

A investigação indica que o objetivo do grupo seria manter coesa sua identidade ideológica, no caso, sustentando o discurso contrário à vacinação contra a Covid-19. A operação mira supostos crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

O nome da operação, Venire, tem relação com o princípio Venire contra factum proprium, que veda comportamentos contraditórios de uma pessoa.