Uma planilha apreendida pela Polícia Federal (PF), no âmbito da operação Overclean, revela que o esquema de fraudes em licitações e desvio de recursos de emendas parlamentares liderado pelo empresário Marcos Moura, conhecido como o “Rei do Lixo”, alcançava pelo menos 12 estados, incluindo o Maranhão, e movimentava valores superiores a R$ 824,5 milhões. 

O Maranhão aparece na planilha com um montante de R$ 39,3 milhões, posicionando-se entre os estados com os maiores valores identificados no esquema. A investigação aponta que os contratos fraudados envolviam prefeituras e estados, com recursos destinados principalmente por emendas parlamentares, e eram articulados diretamente por Moura em algumas localidades. 

Além do Maranhão, outros estados citados na planilha incluem São Paulo (R$ 245 milhões), Rio de Janeiro (R$ 89,6 milhões), Pernambuco (R$ 36 milhões) e Pará (R$ 34 milhões). Prefeituras de capitais como São Paulo e Rio de Janeiro também figuram na lista, com R$ 71,1 milhões e R$ 49,3 milhões, respectivamente. 

A planilha, considerada uma peça-chave pela PF, detalha valores, responsáveis e projetos associados ao esquema. “Entre os documentos apreendidos, destacou-se uma planilha encontrada em posição de destaque, apresentando uma relação detalhada de valores, entidades, pessoas vinculadas e possíveis contratos”, afirma o relatório policial. 

Para os investigadores, os indícios reforçam o envolvimento direto de Moura, apelidado de “MM” ou “Amigo M”, em contratos que somam mais de R$ 200 milhões. A PF vê no caso potencial para se tornar uma nova Lava Jato, dada a abrangência do esquema e o desvio de recursos públicos que afetam estados e municípios em todo o país.