A abertura de inquérito contra a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), por desvios na Secretaria da Fazenda, enfureceu o ex-presidente José Sarney. Em sua coluna dominical no jornal de sua propriedade, ele classificou a ação como “perseguição e ódio”. Para tentar amenizar o julgamento moral da filha, o Sistema Mirante tem ignorado os fatos apenas se atendo a defesa da ex-governadora, mas em nenhum momento o promotor Paulo Ramos foi ouvido.

Chega a ser ironia de Sarney falar em “perseguição e ódio”, sendo ele um dos políticos mais temidos no país por suas ações anti-democráticas e vingativas. Exemplos não faltam. Manoel da Conceição, fundador do PDT, líder camponês e político. Mais recentemente o saudoso ex-governador Jackson Lago, sofreu por anos a perseguição da mídia oligarca. Quando finalmente derrotou a sarneyzada, foi golpeada duramente num escandaloso julgamento de cassação e lhe tiraram seu mandato na marra.

O governador Flávio Dino (PCdoB) não se conteve. Em sua página no Twitter respondeu: “Especialistas em ódio e perseguição são aqueles que maltrataram o líder camponês Manoel da Conceição, entre tantos outros”. O comunista ainda lembrou do império montado por Sarney para difamar os adversários. “Tenho as redes sociais para me manifestar, enquanto eles têm um império midiático. Mas não tenho medo. Uso a verdade como arma”.

Sem mandato, escanteado pelo Governo Federal, Sarney mostra claramente seu temor pela consistência da denúncia do Ministério Público e o grande número de inquéritos aos quais Roseana está envolvida. Máfia da Sefaz, Máfia do programa Saúde é Vida, Lava Jato (assim como ele) entre outros…

Sinais que o tempo da impunidade está perto do fim, e isso assusta a família Sarney.