TV denuncia esquema de caixa 2 montado para eleger Andrea Murad e Sousa Neto
Em 2010, a ex-governadora Roseana Sarney e o ex-secretário de Saúde Ricardo Murad receberam dinheiro de empresas do ramo da construção em forma de doação para campanhas eleitorais. Por trás de tudo pode estar desenhado um dos maiores esquemas de corrupção do estado, configurado em forma de caixa dois.
Quatro anos depois, Roseana e Ricardo Murad não disputaram as eleições. Coube a outros dois membros do grupo Sarney, novatos, a continuidade do esquema. O resultado todo mundo conhece. Os dois foram eleitos e, hoje, frequentam o plenário da Assembleia Legislativa.
Andrea Murad, filha de Ricardo Murad, e Sousa Neto, genro do ex-secretário, se elegeram deputados estaduais pelo PMDB e PTN, respectivamente, contando com a ajuda de duas empresas e uma pessoa em comum a elas: Cristiano Lidner Ribas.
A transação se dava da seguinte forma: a PMR Táxi Aéreo, sediada em Porto Alegre (RS), foi contratada para fazer transporte de pacientes do interior até a capital. Uma pesquisa simples no antigo portal da transparência mostra que a empresa recebeu verbas durante quase todo o ano de 2014, o que leva a acreditar que ela operou em nome da Secretaria de Saúde durante o período eleitoral. Os valores dos repasses mensais variavam entre R$ 86 mil e R$ 411 mil. No total, a SES pagou três milhões de reais pelo serviço.
Na PMR Táxi Aéreo, Cristiano Lidner Ribas é diretor, segundo consta no site da Receita Federal. No mesmo site, conta que Cristiano Ribas é sócio diretor da CC Pavimentadora Ltda, empresa sediada no município de Osório, também no Rio Grande do Sul, que fez doações para as campanhas eleitorais de Andrea Murad e Sousa Neto.
Na prestação de contas de Andrea, a PMR aparece como fornecedora de serviço. Foram pagos R$ 110 mil pelos voos feitos durante a campanha eleitoral. Sousa Neto e outros dois candidatos do grupo, além do governador do Paraná, também usaram os serviços da mesma empresa, mas os valores pagos pelos familiares de Murad são bem maiores.
O fato envolvendo a deputada Murad e a PMR Táxi Aéreo já rendeu discussões na Assembleia Legislativa e por muito pouco não terminou em CPI. Na semana passada, o líder do governo Flávio Dino subiu à tribuna e denunciou o uso das aeronaves que estavam à serviço da Secretaria de Saúde pela então candidata Andrea.
Procurada para se defender, a deputada sequer sabia o nome da empresa que fez a doação para ela durante a campanha. O atual secretário de Saúde, Marcos Pacheco, informou que os referidos contratos foram cancelados no início da nova gestão.
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