Notícia

Prefeitura compra briga desnecessária com Uber

A Prefeitura de São Luís está comprando uma briga desnecessária contra o aplicativo Uber para satisfazer um serviço cada vez mais rejeitado pela população, os táxis.

Em um áudio vazado no WhatsApp, o secretário Municipal de Trânsito e Transporte, Canindé Barros, prometeu a taxistas que a partir de junho as fiscalizações contra o serviço serão intensificadas e os motoristas flagrados dirigindo pelo Uber terão os veículos apreendidos. O ultimato do secretário é baseado na Lei aprovada e promulgada na Câmara de São Luís, dia 26 de abril, que proibiu o serviço na capital.

Uber é um serviço de carona paga e funciona no mundo inteiro. A qualidade da prestação é atestada através de notas dos usuários e a segurança permite que todo o trajeto seja acompanhado pelo aplicativo. Não se trata de defesa da empresa, mas é inegável a opção para uma cidade que sofre pela má-prestação do serviço de transporte coletivo. Além disso, é muito mais barato que o táxis e o cidadão sabe o valor do trajeto antes mesmo do início da corrida.

O própria Sindicato dos Taxistas deveria ponderar pelo serviço oferecido atualmente pela classe. As denúncias de motoristas que não ligam o taxímetro transbordam. As viagens tabeladas no aeroporto são caríssimas e, em dezembro, ainda tem o famoso “décimo terceiro” da categoria, quando as corridas o dia inteiro funcionam em bandeira dois.

Os “carrinhos” no Itaqui Bacanga funcionam a décadas e a gestão municipal só faz algum tipo de fiscalização por ordem da justiça. A situação das vans é identica: muitas estão caindo aos pedaços e colocando em risco a vida dos usuários.

Existem relatos de trabalhadores que estavam desempregados e conseguiram uma renda aos se cadastrarem no serviço. Hoje são cerca de 900 na capital. Os taxistas alegam que pagam impostos enquanto o Uber não, mas eles compram carros com desconto, já os uberzeiros usam os próprios veículos de passeio. Nessa conta é difícil de precisar quem sai mais prejudicado, mas cada um tem seu ônus.

A Prefeitura de São Luís escolheu seu lado, mesmo que a população esteja contente com o serviço. A SMTT perseguirá os motoristas de Uber, avalizando atos de violência, como já ocorreu em outros estados.

Difícil precisar o porquê é quem resolveu tomar essa decisão intransigente, mas é uma postura impopular e a causa perdida. São Luís não pode fugir do progresso. Por aqui, contudo, ainda existem “broncas” inexplicáveis.

Comentários estão desativados

Os comentários estão desativados.