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Secretaria de Cultura, o calcanhar de Flávio Dino

Se tem algo que até agora o Governo Flávio Dino não conseguiu acertar é na administração e valorização da nossa rica tradição do Maranhão. A Secretaria de Cultura tem orçamento modesto em comparação as demais pastas, mas a confusão que se tornou o setor no atual governo equivale a todas as outras.

Começou com o anúncio da secretária Ester Marques em janeiro de 2015. Indicada pela deputada Eliziane Gama, Ester era acusada de ter feito campanha para o grupo Sarney e de ter temperamento difícil. Além disso, o Carnaval e o São João do ano passado foram decepcionantes. Depois de protesto de artistas locais e de um rompimento com Eliziane, Ester foi demitida.

Para o seu lugar entrou o garoto prodígio Felipe Camarão, ex-gerente do Procon do Governo Roseana Sarney.  Camarão, que é “sobrinho de alma” de Fernando Sarney, manteve o setor como antigamente, digo, priorizando uns em detrimento dos outros como acontecia no antigo governo do qual ele participava, quando o Boi Barrica ficou famoso pelo derramamento de dinheiro público nas contas do grupo cultural. Quem não lembra da Operação Faktor (Boi Barrica)?

De diferente mesmo só o estilo sorrateiro e traiçoeiro das viúvas culturais da oligarquia. Pelo menos agora eles precisam agir nas sombras para fugir dos olhos do governador. Para se ter uma ideia, uma bailarina da Companhia Barrica, identificada como Euricelia Mariana Coqueiro Costa, conseguiu aprovar quatro projetos na Secma — totalizando quase R$ 1.200.000,00 — com tanta facilidade e embaixo dos olhos de Felipe Camarão.

Neste ano, Felipe Camarão foi deslocado para a Secretária de Educação. O próprio indicou para seu lugar Diego Galdino, um outro garoto, que não tem qualquer passado ligado aos movimentos tradicionais do Maranhão. Agora, o novíssimo secretário, em menos de cinco meses, já arranjou uma confusão com o imortal Américo Azevedo Neto.

O assunto da semana é a demissão de Américo da direção do Teatro Arthur Azevedo porque exonerou uma funcionária identificada como Gabriela Campos, neta do poeta Bandeira Tribuzi, e o seu marido porque os dois simplesmente não cumpriam o horário de trabalho. A decisão foi contra a determinação do secretário Diego Galdino que proibiu a saída de ambos.

Até agora, o Palácio dos Leões tem cometido sucessivos erros no setor. Enquanto a cultura for tratada como brincadeira pelos auxiliares, a situação não vai mudar.

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