A passagem de Waldir Maranhão pela presidência da Câmara Federal tem sido um fiasco. Em menos de uma semana, o deputado maranhense já teve seus escândalos revelados, foi alvo de ataques de antigos aliados, mostrou fraqueza, virou motivo de piada “pelos três minutos com Deus” e agora foi desmoralizado pelo Senado que decidiu manter o ritual do impeachment.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, anunciou em plenário sua decisão de ignorar o ato de Maranhão e classificou a atitude como “brincadeira com a democracia”. “Aceitar essa brincadeira com a democracia seria ficar comprometido com o atraso do processo”, criticou. Com a decisão do peemedebista, o Senado mantém a previsão de votação da abertura do processo de impeachment para quarta-feira (11).

Agora fica o impasse, certamente a vaga de senador para Waldir Maranhão não tinha sido negociada apenas pela troca de um voto, até porque a votação na Câmara eram cartas marcadas. Maranhão que anda com ego inflado pela sua posição, achou que tinha acertado na loteria, mas esqueceu de que existem raposas mais felpudas que um simples amador no jogo político. Vai ficar sem vaga em 2018, sem secretária e sem partido.

Waldir é muito menor que o cargo que ocupa, não passa de um aventureiro, sempre foi um deputado sem expressão, um pedinte atrás de migalhas por cargos. Virou vice-presidente da Câmara porque era manipulado por Eduardo Cunha, mas no primeiro momento que vislumbrou o poder traiu seu partido e o próprio Cunha. A imaturidade de Waldir chega a surpreender diante do processo do impeachment, o Planalto se juntava até com tucanos se essa fosse à salvação.

Maranhão foi descrito pelo Jornal o Estado de São Paulo como “um parlamentar sem muita visibilidade em Brasília”. Seu último pronunciamento na plenária foi em 24 de novembro do ano passado para pedir soluções no desastre de Mariana. O seu projeto de lei mais recente foi em maio de 2014. Foi mais uma vez motivo de piada quando pediu uma pauta de urgência para homenagear o Bumba meu Boi. Sua pouca influência é tão grande que deputados pediram uma nova eleição na Câmara, diante do número significativo de parlamentares que dizem que o deputado não tem condições de presidir a casa por sua inabilidade política.

Além de não ter garantido seu tão sonhado mandato ao Senado, com a patacoada que foi essa sua decisão, ainda vai ter que conviver com a justiça na cola para explicar as denúncias de propina que recebeu na Operação Lava Jato e para justificar sua prestação de conta que foi reprovada.