O assassinato do capitão Breno Marques Cruz, comandante do Corpo de Alunos da Polícia Militar do Maranhão, na manhã desta quinta-feira (29), pode ter sido apenas parte de um plano mais amplo de vingança premeditada dentro da corporação. Apuração do Marrapá revela que o autor dos disparos, o tenente Cássio Soares, pretendia fazer outras vítimas na Academia de Polícia Militar, em São Luís.

Antes do ataque, o tenente teria comunicado a familiares que mataria um coronel — já identificado pela reportagem. Diante da ameaça, a mãe do militar tentou alertar a corporação, ligando para o Comando Geral. A oficial que atendeu a ligação não conseguiu repassar a informação aos superiores a tempo.

Cássio chegou ao prédio minutos depois, subiu ao andar superior à procura do coronel, que não estava no local por participar de um evento na cidade da Raposa. Em seguida, procurou outro capitão, também ausente naquele momento. Sem localizar os alvos iniciais, dirigiu-se à sala do capitão Breno, com quem mantinha conflitos internos, e efetuou os disparos fatais.

Fontes ouvidas pela reportagem descartam a versão divulgada por blogs locais de que Cássio teria tentado suicídio. Segundo a apuração, ele provocou apenas escoriações superficiais no próprio braço, com o objetivo de ser transferido para uma unidade de saúde mental. O médico de plantão na PM, contudo, não constatou necessidade para a transferência, e Cássio foi encaminhado a uma cela no presídio militar, onde permanece apenas com um colchão.