O Supremo Tribunal Federal (STF) assumiu a investigação sobre corrupção em contratos de pavimentação da Codevasf após a Polícia Federal encontrar indícios de que o deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL-MA) estaria envolvido em supostos crimes.

A Construservice é uma das empreiteiras sob suspeita, e fechou contratos com verbas indicadas por diversos parlamentares. O caso motivou a prisão do empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo DP ou Eduardo Imperador, suspeito de usar laranjas para comandar a Construservice e de ter pago propina de R$ 250 mil a um gerente da Codevasf.

A Construservice se tornou a vice-campeã de licitações da Codevasf em 2021, na gestão Bolsonaro. A empresa também teve grande faturamento no Maranhão, ao receber cerca de R$ 710 milhões de 2015 a 2022, período em que o estado era comandado pelo atual ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB). Eduardo DP fez alianças com autoridades do entorno de Dino e chegou a aparecer em pelo menos duas fotografias ao lado do atual ministro, que nega qualquer relação com o empresário.

A operação da PF sobre a corrupção na Codevasf no Maranhão encontrou registros de transações financeiras que colocaram o deputado Maranhãozinho sob suspeita. A apuração sobre corrupção na Codevasf começou a tramitar pelo STF em janeiro sob sigilo e foi distribuída para a relatoria do ministro Luís Roberto Barroso.

A Codevasf decidiu barrar a Construservice de suas licitações por dois anos, e o motivo da punição é o fato de a empreiteira não ter executado uma obra de pavimentação em bloco de concreto orçada em R$ 1,3 milhão, em Lago da Pedra (MA).

As informações são da Folha de São Paulo.