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A falta de bom senso dos rodoviários e do SET: uma discussão que deve ser estendida

Nesta manhã de sábado (21), os ônibus voltaram a circular na região metropolitana de São Luís. Mesmo com todo o aparato de segurança nas ruas, pelo segundo dia consecutivo o Sindicato das Empresas de Transporte e os rodoviários decidem abandonar o trabalho, deixando milhares de estudantes, trabalhadores e pedestres sem ter como voltar para casa. Uma medida que já virou hábito da categoria e que precisa ser questionada pela justiça.

Somente neste ano já foram pelo menos quatro paralisações, seja por alguns dias ou por algumas horas. Os motivos são variados: reajuste, insegurança, salário atrasado. Os trabalhadores podem e devem exigir os seus direitos, mas não podem ser irresponsáveis a ponto de prejudicar milhares de pessoas suspendendo um serviço essencial a cada vez que se sentem prejudicados ou contrariados.

Não existe em qualquer outro lugar no país situação como a que acontece com o usuário de transporte na região metropolitana de São Luís. A prática virou tão comum que os próprios órgãos fiscalizadores fazem vista grossa. Já imaginou se a Polícia adotasse a mesma impaciência que os rodoviários e o SET? Os médicos, os Correios os funcionários públicos em geral? Seria o caos, como acontece quando os ônibus param.

Essa medida, mais fácil de tomar porque ninguém precisa trabalhar, está com os dias contados. Com a licitação do transporte público, as empresas vão ter que manter o mínimo de ônibus circulando, Se não fizerem, correm risco de ter o contrato cancelado.

É claro que não podemos deixar de entender que a situação da categoria também é difícil, que existem muitos pais de família que ficam temerosos, mas tudo isso foi discutido com a Polícia na manhã de sexta-feira (20). Eles garantiram por meio de uma nota, assinada pelo Sindicato, que os serviços continuariam e o máximo que poderia ocorrer era a diminuição da frota. No fim da tarde eles rasgam o próprio documento que redigiram e resolvem ir para casa. E a população que acreditou que todo o serviço seria normalizado é a mais prejudicada.

O direito de ir e vir é constitucional e responsabilidade dos órgãos governamentais, que devem oferecer um transporte público para a sociedade. Não são os empresários ou os rodoviários que podem determinar quando vai ter ou não ônibus nas ruas.

A prefeitura fez sua parte com a licitação. Agora está na hora do juiz Douglas de Melo Martins, da Vara de Interesses Difusos e Coletivos, e da promotora do Consumidor, Lítia Calvacante, saírem da zona de conforto, acabarem com essas paralisações que viraram rotina e garantirem transportes ao cidadão nas ruas 24h por dia.

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