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Às escondidas, Roseana procura Eduardo Cunha

Desde as primeiras horas desta quinta-feira (5), duas notícias que ganharam maior destaque em toda a imprensa foi a liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal, Teory Zavascki, que determinou o afastamento de Eduardo Cunha do mandato de deputado federal e consequentemente da presidência da Câmara; e a confirmação que o juiz Fernando Luís Mendes da Cruz, da 7ª Vara Criminal de São Luís, aceitou a denúncia contra Roseana por fraudes na saúde.

“Coincidentemente”, ambos conversaram hoje.

Após a decisão do ministro, Eduardo Cunha se manteve o dia inteiro em sua residência, recebendo visitas da sua base aliada. A imprensa nacional noticiou que os deputados Alberto Filho (PMDB) e André Fufuca (PP) foram até a casa do peemedebista e mantiveram reuniões com outros deputados e políticos que apoiam Cunha.

O que poucos ainda sabem é que conversou com Eduardo Cunha foi nada mais e nada menos que a ex-governadora Roseana Sarney. Desde que o PMDB assumiu o rompimento com a presidente Dilma, ela tem sido uma incansável articuladora nessa briga PMDB X PT/Dilma X Cunha. Duas hipóteses são ventiladas sobre os motivos que levaram a ex-governadora a procurar o deputado afastado.

Em maus lençóis e cercada por denúncias de corrupção, Roseana estaria sendo pressionada por Cunha para auxiliar politicamente na derrubada dessa liminar. Vale lembrar que o motivo da decisão do ministro Teori foi porque ele identificou que Eduardo utilizava o cargo de presidente da Câmara para embaraçar e retardar as investigações da Operação Lava Jato. No ano passado, Sarney andava reclamando que o então aliado adotou a estratégia de pressionar para que outros processos tivessem prosseguimento, dentre eles o de Roseana. Nesse contexto, Cunha teria dado um ultimato à filha de Sarney, no sentido de que “ou eles se ajudam ou mais denúncias vão surgir”, uma espécie de chantagem, que ele sabe fazer muito bem. Além disso, especula-se que Roseana foi oferecer a influência do pai, que já foi capaz de dar um mandato perdido a filha.

Se antes os dois peemedebistas comemoravam a queda lenta e sofrida do PT, a saída de surpresa de Eduardo Cunha foi um duro golpe na guerra fria vivida entre governistas e oposição. Pelo histórico do deputado afastado, ele não é do tipo que cai sozinho e utiliza de todas as cartas nas mangas para conseguir seu objetivo. Roseana sabe bem disso e anda mexendo seus pauzinhos, para evitar que Cunha coloque “a boca no trombone”.

Hoje o presidente interino, Waldir Maranhão, começou a sessão em Brasília e encerrou de imediato, para não dar tempo de ocorrer qualquer tipo de manifestação de deputados federais contra Eduardo Cunha, seu aliado, na Câmara.

Além disso, a corte do STF analisa se mantém ou não o afastamento de Eduardo Cunha.

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