Coronavírus

Bolsonaro diz que cloroquina pode ser placebo, mas compra e indica uso

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ainda incentiva o uso da cloroquina como forma de combater a pandemia de covid-19. Mas ontem ele acrescentou uma novidade ao discurso: admitiu que o remédio pode ser apenas um placebo, um medicamento sem efeito contra o coronavírus. Ou seja, ele assumiu que o governo federal gastou milhões de reais em um remédio que pode não ser eficaz na pandemia.

“Pode ser que lá na frente falem: a chance é zero, era um placebo. Tudo bem, paciência. Me desculpa. Tchau. Pelo menos não matei ninguém”, afirmou Bolsonaro ontem.

A declaração foi feita em uma transmissão ao vivo feita ontem, ao lado do diretor da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antonio Barra Torres. Vale lembrar que a própria Anvisa, ao aprovar o uso emergencial de vacinas contra covid-19, afirmou que não há um tratamento com efeito comprovado contra a doença.

De fato não há estudos que comprovem a eficácia da cloroquina. Mas Bolsonaro tem insistido em recomendá-la. Fez isso ontem inclusive. “Vi alguns estudos dizendo que tem 70% de eficácia. Então 140 mil mortes poderiam ter sido salvas”, divulgou o presidente, sem especificar quais estudos seriam esses. (UOL)

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