O debate sobre o endurecimento das penas para criminosos no Brasil é uma cortina de fumaça que ofusca questões muito mais importantes. Essa foi uma das avaliações feitas pelo governador Flávio Dino durante entrevista à GloboNews nesta quarta-feira (16).

“Em vez de demagogia e coisas puramente retóricas, é preciso cuidar dos problemas reais”, disse o governador.

Ele deu um exemplo prático: “O criminoso não vai consultar o Código Penal para calcular a pena [dos crimes que vai cometer], isso não resolve o problema”.

Flávio defendeu a criação da Guarda Nacional. Seria uma força com 10 mil integrantes. Ela atuaria em casos de necessidade nos Estados e municípios. Hoje, a Força Nacional de Segurança faz papel parecido, mas com poucos profissionais.

O governador citou o caso do Ceará, que vive uma crise de segurança. “O Ceará tem 19 mil homens da força do Estado. E o governo federal mandou 300, 400 homens da Força Nacional. É um pingo no oceano”, disse.

De acordo com o governador do Maranhão, uma das fontes de financiamento da Guarda Nacional seriam recursos que hoje vão para as Forças Armadas. “Podemos reduzir um pouco as Forças Armadas. Me parece que não devemos viver nenhuma guerra com nenhum país fronteiriço tão cedo. Podemos reduzir gastos com isso e criar a Guarda Nacional. Isso, sim, ajudaria efetivamente os Estados”.

“Eu defendo a criação da Guarda Nacional, como existe no Canadá, por exemplo. Seriam 10 mil integrantes para ajudar de verdade os Estados em momento de crise e para dar conta do que a Polícia Federal e as Forças Armadas não podem ou não querem fazer”, resumiu.

Ela ainda pediu atenção ao Sistema Único e ao Fundo de Segurança Pública, regulamentados em 2018, durante o governo Michel Temer.