O presidente  Lula prepara um novo movimento para estreitar laços com o eleitorado evangélico. A estratégia envolve a possibilidade de ceder um ministério a um representante da Frente Parlamentar Evangélica. Entre os nomes cotados estão a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e a deputada Benedita da Silva (PT-RJ). A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo a publicação, o diálogo com lideranças evangélicas, iniciado há alguns meses, é conduzido pelos ministros Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais). A proposta surge em meio a críticas de parte da bancada evangélica sobre políticas sociais e educacionais do governo, consideradas desconectadas dos valores do segmento religioso.

Mesmo com a promessa de intensificar as conversas, o presidente da frente, Silas Câmara, ressaltou que “conversar só não adianta” e cobrou mudanças concretas.

A iniciativa enfrenta resistências internas, especialmente de parlamentares mais alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que acusam o Planalto de tentar “manipular a fé” para obter apoio político.

Em contrapartida, lideranças como o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) criticam o bolsonarismo por ter “sequestrado as pautas” evangélicas, sem oferecer políticas públicas efetivas para o segmento.

Otoni sugere que, caso o Planalto concretize a entrega de um ministério, a bancada evangélica poderá contribuir com a governabilidade, mas sem compromisso formal com uma eventual reeleição de Lula.