O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, fez um pedido nesta segunda-feira (6) para que a Polícia Federal (PF) inicie uma investigação sobre possíveis atividades criminosas envolvendo jóias que foram trazidas ilegalmente para o Brasil pelo governo Bolsonaro, sem declarar à Receita Federal, em outubro de 2021. Em um ofício endereçado ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, Flávio Dino destacou que esses fatos podem configurar crimes contra a administração pública, conforme tipificados no Código Penal e que a atuação investigativa da Polícia Federal é necessária devido às lesões aos serviços e interesses da União e a repercussão internacional do caso.

As jóias, avaliadas em R$16,5 milhões, seriam um presente do governo da Arábia Saudita à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo. Flávio Dino destacou que documentos da Receita Federal mostram que foram tomadas diversas providências para a liberação das jóias que ficaram sob a guarda da Receita Federal nos meses seguintes. Segundo a reportagem do jornal, emissários do ex-presidente tentaram retirar as jóias da alfândega no dia 29 de dezembro, mas não tiveram sucesso.

Na última sexta-feira (3), quando os fatos foram revelados pelo jornal O Estado de S. Paulo, Flávio Dino anunciou que tomaria providências junto à PF, destacando que as atividades criminosas envolvendo as jóias poderiam configurar crimes como descaminho, peculato e lavagem de dinheiro, entre outros.