ARTIGO

JACKSON SEMPRE

POR AZIZ SANTOS

Hoje, por ocasião do 11º aniversário de morte do dr. Jakson Lago, me veio à memória uma lição que ele nos deu às vésperas de sua viagem a São Paulo da qual não voltaria vivo.

Jackson perdera as eleições de 2010 da qual participou como candidato a governador, havia sido cassado em 2009, sentia-se injustiçado pela executiva nacional do Partido e pelos nossos congressistas que lhe negaram o apoio irrestrito na defesa do mandato que o povo do Maranhão a ele delegou. Que falta nos fez o Brizola, pois entendíamos que o Jackson jamais teria sido cassado se o grande líder nacional estivesse vivo, porque por certo ele afrontaria publicamente o Judiciário pela ignomínia que faria, e fez. Pelo menos era esse o pensamento das lideranças do Partido no Maranhão.

A seu pedido, reunimos na casa do Clodomir Paz: o anfitrião, Moacir Feitosa, Julião Amim, Dr. Jackson e eu: tratava-se de nos aconselhar sobre como deveríamos dirigir o PDT na sua ausência. Foi quando eu lhe sugeri que saíssemos todos do PDT e buscássemos uma nova filiação partidária condizente com nossos princípios e ideais. Dr. Jackson, então, me lança um olhar de reprovação e diz: Dr. Aziz (era assim que ele me chamava quando queria posicionar-se de forma diferente) eu já estou com a idade bastante avançada para esse tipo de aventura. Botei a ‘viola no saco’ e seguimos com a pauta da reunião.

Relembro esse episódio neste triste instante em que companheiros da boa cepa, amigos do coração, despedem-se do Partido e tomam um rumo diferente do nosso. Triste, porém, com a compreensão de que estão no seu direito democrático de divergir, de navegarem por onde ditam os seus ideais ou suas conveniências.

Mas, há um ar de perplexidade em tudo isto! Os companheiros que resistem às investidas do grupo palaciano com ofertas materiais ou promessas esquisitas ficam espantados quando veem o Brandão segurar o símbolo da Internacional Socialista e do PDT – O PUNHO E A ROSA – como se ele tivesse a mínima intimidade com o socialismo ou com o trabalhismo de Vargas, de João Goulart, de Pasqualini, de Doutel de Andrade, de Leonel Brizola, de Darcy Ribeiro, de Francisco Julião, de Neiva Moreira, de Jackson Lago, de Reginaldo e Maria Lucia Telles, de João Francisco, de Aroucha, de Luizão, de Sandra Torres e de tantos outros. Para eles, esse é um gesto de pura hipocrisia.

Pessoalmente, em cada reclamo que recebo das centenas de companheiros que permanecem no PDT, como o Dr. Jackson nos ensinou, lhes dou uma palavra de consolo: é o direito deles saírem, assim como é nosso direito permanecer.

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