A ex-governadora Roseana Sarney vive um inferno astral nesses últimos dias. Depois de passar uma pequena temporada em Brasília, com intensa articulação para convencer os deputados federais do Maranhão a votar a favor do impeachment, Roseana vê seu prestígio em queda livre. Além de responder a um processo criminal e excluída do quadro de ministros, agora perde uma queda de braço para o senador João Alberto na escolha do superintendente regional da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).

Depois da exoneração de Jones Braga pela presidente Dilma, João Alberto conseguiu nomear Assis Filho, membro da Juventude do PMDB e atual presidente da Fundação Ulysses Guimarães no Maranhão. A ideia do “Carcará” era emplacar o pupilo e o manter quando Michel Temer assumisse, mesmo contrariando o partido e votando contra o afastamento de Dilma. O ministro Eliseu Padilha confirmou a permanência de Assis na EBC.

Quem não gostou nenhum um pouco dessa história foi Roseana Sarney. A ex-governadora foi até Brasília e pediu a Michel Temer o direito de indicar o superintende da EBC na região. A “princesinha” da Odebrecht alegou que trabalhou pelo partido, rompeu com Lula e Dilma e conseguiu mudar os votos de deputados. Enquanto isso, João Alberto fez diferente. Ele foi chamado de traidor e até que estaria se aproximando de Flávio Dino, mas não adiantou.

Roseana perdeu esse duelo e, conforme Sarney vai se afastando da vida política, dificilmente terá seus caprichos atendidos como antigamente. Na vaga destinada a família no quadro ministerial, o escolhido foi o discreto Sarney Filho, que por essa característica foi o preferido de Temer.

Essa disputa causou desconforto dentro da cúpula do PMDB local e deve ter mais consequências. Roseana não tem nem conseguido olhar na cara de João Alberto e promete abrir uma guerra com o senador dentro do partido, sendo que na primeira batalha ela já saiu derrotada.