opinião

Maranhão à deriva

Governado interinamente pelo desembargador Paulo Velten, o Maranhão está à deriva.

O governador de fato, Carlos Brandão, licenciou-se por motivo de saúde depois de duas semanas administrando o estado da frente de MacBook em São Paulo.

Em meio à vacância político-administrativa do Palácio dos Leões e das muitas especulações sobre a saúde do governador, o serviço de ferry-boat segue desgovernado.

Esta semana, o próprio Brandão anunciou uma “nova” barcaça, “de alto padrão”, para resolver o problema da travessia Cujupe/São Luís.

Horas depois, foi mostrado pela imprensa que a embarcação é velha, fabricada há 35 anos, não adequada para o percurso entre São Luís e a Baixada Maranhense.

A confusão foi parar no plenário da Assembleia Legislativa e pode resultar em uma Comissão Parlamentar de Inquérito.

No Palácio Manuel Beckman, a promotora Lítia Cavalcante mostrou, com riqueza de detalhes, que as várias intervenções do governo Flávio Dino no serviço de ferry-boat quebraram a empresa Servi-Porto, agravando ainda a crise na travessia.

Com a ausência Brandão, Dino viu a chance de voltar a influenciar nas decisões do Palácio dos Leões, aproveitando-se da fragilidade do governo para abusar da máquina pública.

Flagrado no fim de semana passado voando no helicóptero da Polícia Militar, o ex-governador não deu qualquer explicação sobre o assunto, mas aproveitou-se da ausência do sucessor tampão para reunir-se com partidos aliados e ditar os rumos da campanha governista.

A semana também ficou marcada pelo quase desmoronamento da ponte José Sarney, provocado por bandeirolas instaladas de forma aloprada pelo vereador Paulo Victor, o responsável pela única plataforma administrativa do governo Brandão: o maior São João do Mundo.

Enquanto Paulo Victor pavimenta o caminho para a disputa pela Prefeitura de São Luís com R$ 25 milhões em caixa, deputados aliados cobram o pagamento de emendas impositivas e partidos cooptados a peso de ouro por Flávio Dino ameaçam desertar do projeto de reeleição de Brandão.

A semana terminou com uma embarcação da Internacional Marítima encalhada no Boqueirão e com o presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, Paulo Velten, distribuindo peixes congelados à população, seguindo o rito de “pão e circo” estabelecido por Dino enquanto Brandão convalesce em um leito de hospital.

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