Metade dos convocados desiste de carreira na Polícia Civil do Maranhão
Um dado que evidencia as más condições estruturais e de trabalho nas delegacias da Polícia Civil em todo o estado é que, das 12 vagas que foram preenchidas por meio do cadastro de reserva para o cargo de delegado de polícia, apenas seis foram aceitas. Aqueles que recusaram a oferta alegaram, entre outras coisas, a crescente desvalorização da categoria.
Além das condições de trabalho serem significativamente melhores em outros estados, aqueles que desistiram da carreira na Polícia Civil maranhense afirmam que a decadência estrutural, especialmente no interior do Maranhão, afasta aqueles que estão familiarizados com a realidade local. Além disso, faltam incentivos para que profissionais de outros estados aceitem uma mudança nos atuais termos propostos pela Secretaria de Segurança Pública (SSP).
“Um dos pontos negativos são as condições de trabalho. Como meus filhos estão no Rio, eu precisaria me deslocar frequentemente para o RJ, e ficar longe da capital, São Luís, dificultaria muito. Em virtude disso, o salário não compensaria para mim, levando em consideração os gastos com o deslocamento. Além disso, as condições de trabalho no interior são muito ruins”, afirmou ao G1 um dos convocados, Thiago Fontes, que é analista no TRF-2/RJ e optou por não aceitar a oferta.
Outro convocado, que atualmente é delegado no Rio Grande do Sul, reclamou da demora para ser chamado, visto que a formação terminou em 2018 e somente agora o governo decidiu convocar os aprovados.
“Praticamente cinco anos entre a academia e a nomeação. O curso de formação terminou em dezembro de 2018. O governo levou cinco anos para convocar pouco mais de 100 delegados. É inadmissível que o Estado gaste dinheiro com a formação de profissionais, muitos dos quais tiveram que sair de seus empregos, e só após cinco anos faça as nomeações. No meu caso, assumi como Delegado no Rio Grande do Sul”, informou.
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