Membros da cúpula do União Brasil dão como certa a saída de Juscelino Filho do Ministério das Comunicações.  Aliados do ministro relataram que auxiliares de Lula procuraram dirigentes do partido nesta semana para discutir a situação. A informação foi divulgada pela Folha de São Paulo.

Uma declaração do presidente Lula na quarta-feira (26) foi interpretada como um sinal de que o próprio governo considera a demissão de Juscelino como iminente.

Desde o início do governo, Juscelino tem sido alvo de acusações, mas Lula resistia em demiti-lo para evitar uma crise com a União Brasil, partido que conta com 59 deputados e sete senadores, sendo crucial para a aprovação de projetos importantes.

No entanto, em entrevista ao UOL, Lula admitiu pela primeira vez a possibilidade de demissão do ministro, caso ele seja denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

A Polícia Federal (PF) indiciou Juscelino por crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, falsidade ideológica e fraude em licitação, relacionados a desvios de recursos de obras de pavimentação financiadas com dinheiro público direcionados à Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).

A investigação foi encaminhada à PGR, que deve decidir sobre a efetivação da denúncia. Dentro da PF, há a expectativa de que a Procuradoria aceite o relatório que incrimina o ministro. Mesmo entre dirigentes da União Brasil, a saída de Juscelino é vista como inevitável, segundo a publicação.

A legenda ainda não discutiu substitutos para o cargo, mas há uma avaliação de que líderes do partido no Senado e na Câmara, Davi Alcolumbre e Elmar Nascimento, respectivamente, atuarão para manter um aliado no Ministério das Comunicações. Juscelino continua a afirmar ser inocente e diz confiar na Justiça para provar sua conduta correta frente ao ministério.