O deputado estadual licenciado Rafael ex-Leitoa (PSB) trabalha, paralelamente à campanha eleitoral pela prefeitura de Timon, na tentativa de ocultar, por via judicial, informações sobre uma investigação que aponta supostos crimes de ordem financeira cometidos em seu gabinete parlamentar.

Rafael teme que um Relatório de Inteligência Financeira, elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) a pedido dos responsáveis pela investigação sobre lavagem de dinheiro, venha a público nas próximas semanas, caso o processo não seja mantido sob sigilo.

O documento indicaria movimentações suspeitas que colocam no centro do esquema, além do próprio parlamentar, outros envolvidos, todos funcionários e ex-funcionários de Rafael na Assembleia Legislativa.

O procedimento investigatório foi iniciado em 2023, quando um denunciante levou o caso ao Ministério Público por meio de uma Notícia de Fato. A denúncia, acolhida pelo órgão, deu origem a uma primeira investigação sobre um suposto esquema de “rachadinha” no gabinete parlamentar.

No decorrer das investigações, surgiram, além das suspeitas de divisão ilegal de salários dos funcionários, indícios de possíveis crimes previstos na lei de combate à lavagem de dinheiro, ocultação de bens, direitos ou valores, entre outros de ordem tributária.

O deputado conseguiu a suspensão temporária das apurações sobre a “rachadinha”. No entanto, no caso da suposta lavagem de dinheiro, as informações reunidas pelo COAF resultaram em uma ampla operação conduzida pelo Ministério Público do Maranhão (MPMA), envolvendo o gabinete do então parlamentar, empresas, escritórios de advocacia e outros envolvidos.

Na tentativa de manter a investigação longe do público durante o período eleitoral, Rafael entrou com um mandado de segurança para colocar o processo em sigilo, o qual ainda aguarda julgamento.

Independentemente do pedido, o caso segue em análise pelo promotor de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa, Marcos Valentim.