O ex-senador José Sarney (PMDB) deve ser investigado por tentar embaraçar a Operação Lava Jato, segundo depoimento do ex-diretor da Transpetro, Sérgio Machado. O pedido foi feito ao Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira, 6, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que estende para Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL).

No ano passado, Janot pediu a prisão de Sarney, hoje com 86 anos e com quase 60 anos de vida política desde que foi eleito suplente de deputado federal no Maranhão, em 1954..

As manobras do senadores ou ex, no caso de Sarney, para interferir no curso das investigações da Lava Jato foram citadas por Machado em delação premiada. Ele apresentou gravações de conversa com políticos.

Sarney e aliados teriam agido para impedir que o operação atingisse políticos do PMDB. Três medidas legislativas aprovadas pelo Congresso, com a colaboração do PSDB e até do PT, favoreceriam o grupo.

Os favorecimentos à organização criminosa ocorreria a partir das seguintes medidas: Proibição de acordos de delação com investigados ou réus presos; suspensão da execução provisória da pena determinada pelo STF e mudanças das regras dos acordos de leniência que permitiria acordo independentes de reconhecimento de crimes. Até mesmo uma nova constituinte foi pensada para conter ações do Judiciário e Ministério Público.

O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, defende Sarney. Ele diz que as gravações de Machado foram ‘solenemente’ ignoradas pelo STF. Embora reconheça o papel importante da Lava –Jato, Kakay diz que a abertura do inquérito é uma mera satisfação ao pedido de prisão de Sarney