O ex-presidente José Sarney (PMDB) divulgou nota lamentando a morte do ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, nesta quinta-feira (19). Sarney tem uma gratidão enorme ao ministro falecido, foi Teori que salvou o velho oligarca de estar preso até hoje, devido as investigações da Operação Lava Jato.

Em junho do ano passado, o procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu a STF a prisão de Sarney , baseado nas suspeitas de que ele estava tentando obstruir as investigações do esquema de corrupção que atuava na Petrobras, após o depoimento do do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. O delator revelou que repassou a Sarney e aos senadores Renan Calheiros e Romero Jucá R$ 71,7 milhões em propina. Teori negou o pedido de prisão, alegando falta de provas, “Ao contrário do que sustenta o procurador-geral da República [Rodrigo Janot], nem se verifica – ao menos pelos elementos apresentados – situação de flagrante de crimes inafiançáveis cometidos pelos aludidos parlamentares, nem há suficiência probatória apta, mesmo neste momento processual preliminar, a levar à conclusão de possível prática de crimes tidos como permanentes”, entendeu o ministro.

Um mês antes do predido de prisão, Machado divulgou gravações de Sarney, onde o ex-presidente afirma que iria procurar Teori para impedir que a investigação contra ele fosse desmembrada do Supremo e fosse encaminhada para o juiz Sérgio Moro.

Na nota de pesar,  Sarney escreveu, “é com profunda tristeza que recebo a notícia do falecimento do Ministro Teori Zavascki, por quem tinha grande admiração. Era um magistrado sério, correto e brilhante. Prestou um grande serviço à magistratura brasileira com sua experiência, e cultura jurídica”.

O ministro aposentado, Edson Vidigal, contou que Teori foi nomeado por Sarney para a primeira composição do Tribunal Regional Federal com jurisdição em Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Paulo Brossard deu a Sarney uma lista que incluía Teori e o então presidente nomeou todos.